quinta-feira, 29 de novembro de 2007

A Via Láctea


Brasil, 2007
Direção: Lina Chamie

Mais um filme que retrata um pouco do caos romântico paulistano. Nos recentes lançamentos nacionais podemos conferir a cidade de São Paulo que vem sendo descoberta por nossos cineastas como uma "bela" locação. Além dos nacionais, já passaram por aqui produções americanas como a estrelada pelo Tarzan Brandon Frasier e mais recentemente a produção intercontinental "Blindness" com Julianne Moore, Danny Glover, Mark Ruffalo entre outros, mas vamos falar do filme de Chamie.

Realmente trata-se de um sopro de inovação na cinematografia nacional. Chamie utiliza-se dos poemas e textos de grandes mestres que são interpretados por seus protagonistas no decorrer da película. Se não bastasse, a trilha é entoada pela música clássica de Bach.

Em alguns momentos pode-se achar que existe uma certa arrogância na forma erudita de conduzir o filme, mas essa foi somente uma impressão que tive, não podendo afirmar que ela realmente exista.

Marco Ricca como sempre dá um show de interpretação neste papel que cai como uma luva para ele e ainda tem a presença da linda e talentosa Alice Braga que não foi muito exigida neste papel. Assista "Cidade Baixa" para saber do que estou falando. A moça é ótima.

São Paulo é uma das personagens mais importantes e influi diretamente no desenvolvimento da trama. Realmente um dos maiores acertos foi a escolha da linguagem da direção de fotografia que casou perfeitamente com a necessidade de uma câmera nervosa para este roteiro. Tá certo que as vezes o telespectador deve ficar meio perdido e até tonto, mas faz parte da mensagem que Chamie quer passar. É mostrado o lado feio e belo da cidade.

Com o desfecho do filme contudo, o cinéfilo poderá reunir as peças e montar seu próprio quebra-cabeça. De início achei que tal epílogo fôra muito óbvio, mas refletindo depois, conclui de que não poderia ter sido feito de melhor maneira. E não poderia ter sido tão óbvio mesmo, uma vez que você começa a desconfiar das coisas a partir do meio para o fim.

Acredito que a direção poderia ter sido melhor, mas tá na cara que trata-se de um filme autoral e fica difícil avaliar algo quando a executora não está interessada no que os outros tem a falar. O roteiro é ótimo e a direção de fotografia excelente. Além dos poemas de Drummond, Bilac, Bandeira ... Não é imperdível, mas se houver oportunidade, vá conferir.




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resmunga ai