quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Canções de Amor



França, 2007
Direção: Christophe Honoré

As origens de Canções de Amor remetem a um material musical pré-existente: as canções escritas por Alex Beaupain. Os personagens começam a cantar assim que se apaixonam, porque são incapazes de expressar paixão de outra forma. Os cenários, como os apartamentos dos pais, retornam como um coro, com um tom diferente de acordo com o que foi cantado previamente. E assim como numa música, em que certos instrumentos retornam ou desaparecem enquanto outros são adicionados, os personagens secundários dão um ímpeto refrescante à história enquanto outros são eliminados dela. Ismaël perambula sem direção, mas a despeito de tudo continua caminhando. Erwann apressa um pouco seu passo. Já Jeanne é condenada à imobilidade: ela lembra um ponto fixo, pois a tragédia a congela. E Alice anda ao lado de Ismaël, mas ela resolve se afastar do seu caminho para seguir outra história, agora com um rapaz bretão que acaba de conhecer.

Após deleitar-me com o maravilhoso "Em Paris", não poderia deixar de conferir o outro trabalho de Honoré na Mostra. Este também com a participação de um dos meus atores preferidos da atual nova geração: Louis Garrel. A música é muito importante no trabalho de Honoré. No filme "Em Paris", ele nos presenteia com uma sequência extraordinária embalada por uma canção executada através de uma conversa por telefone. Fiquei imaginando então o que ele teria feito em um filme cujo título é "Canções de Amor". Criei muita expectativa. "Canções" é um bom filme, mas com certeza, menor que "Em Paris". Mesmo assim é uma delícia e você não deve perder esta última chance de conferir um pouco da deliciosa cinematografia de Honoré. "Naõ me ame muito, mas me ame por muito tempo."

03/11 sábado18:40
CineSesc

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