quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

No Vale Das Sombras



EUA, 2007
Direção: Paul Haggis


Paul Haggis, roteirista premiado, mostra amadurecimento na direção. Tá certo que os atores colaboram e muito. Tommy Lee Jones é o cara neste filme, praticamente um solo e como sempre, manda muito bem. Na realidade, nunca concordei muito com a vitória de "Crash" no Oscar, sempre achei que haviam filmes melhores concorrendo. Paul Haggis embora escreva sobre fatos verdadeiros do cotidiano, sempre gosta de dar uma fantasiada e consequentemente exagera na dose na minha opinião. Em "Crash" ele mostrou que milagres acontecem e em "No Vale das Sombras", ele cria um personagem durão que se acha auto-suficiente para resolver tudo sozinho, praticamente um Rambo e sabemos que na vida real não é bem assim. Mas isso aqui é cinema né?!

Ambos os filmes possuem teores políticos e sociais. Acredito que "No Vale das Sombras" seja um filme maior que "Crash" neste aspecto, apesar do pai super herói que quer fazer justiça com as próprias mãos, mas a mensagem é muito válida e cai como uma luva para a atormentada sociedade americana.

Um pai vai atrás do paradeiro de seu filho que acabara de voltar do Iraque e sumiu sem dar notícias. Nessa procura, ele descobre que conhecia muito pouco seu filho. Ponto para Haggis que captou muito bem que é impossível um filho não ter segredos para com seus pais. Em dado momento, o personagem de Lee Jones concorda com o fato de que deveria ter conversado mais com seus filhos. Ele descobre imagens feitas no celular do filho, onde este aparece torturando cidadãos iraquianos. Seu filho e toda a horda de militares que confundem a guerra com um jogo de playstation. Como cobrar maturidade de adolescentes e jovens que sequer estão formados? Como colocar tamanha responsabilidade de reconstruir um país na mão de jovens delinquentes? É isso que acontece na Guerra do Iraque e aconteceu em tantas outras.

Haggis tenta mandar a mensagem de que os EUA é um país a beira de um colapso. Um país que não cuida de sua juventude cada vez mais atormentada pelas mensagens de terrorismo e horror. Eles apontam o inimigo e resta a seus jovens acreditar que aquele iraquiano na sua frente é o responsável por todo o mau existente no planeta. A mensagem é forte e verdadeira e a passagem da bandeira de cabeça para baixo, não poderia ter sido melhor. O velho império americano clama por socorro.





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