quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Verão de Sam


EUA, 1999
Direção: Spike Lee

Recentemente estava zapeando quando deparei-me com este belo filme do sensacional Spike Lee, cineasta que acompanho desde seus primórdios.

"O Verão de Sam" conta a história verídica de um serial killer que gostava de atacar casais que namoravam nos carros e atormentou a New York caótica daquele ano de 1977.

Foi um dos verões mais quentes dos EUA. A cidade derretia enquanto a onda Disco fervia e o movimento punk começava a tomar as ruas da cidade. Naquele ano ainda houve o famoso blackout que resultou em saques e mais assassinatos do intitulado filho de Sam.

Como a polícia não era das mais eficientes naquela época, um grupo de mafiosos ítalo-americanos resolvem fazer justiça com as próprias mãos e ir a caça do assassino. Desenvolvem então teorias esdrúxulas de quem poderia ser o suspeito, desde o padre do bairro até o amigo que reaparece como punk interpretado pelo ótimo Adrien Brody.

Temos ainda no elenco John Leguizamo que trai a esposa como se bebe água e Mira Sorvino no papel de mulher traída. O personagem de Leguizamo escapa por pouco do assassino enquanto traía a esposa e entra em uma paranóia sem volta, tentando ser um bom marido.

A onda de assassinatos, o calor insuportável, o blackout, tudo contribue para que a mídia torne-se assustadora e espante os moradores da "Big Apple". Paranóia é a palavra da vez, mais ou menos como quando houve o atentado de 11 de Setembro. Temos então uma cidade em polvorosa pronta para explodir.

Ouvi dizer que trata-se de um filme diferente de Spike Lee, mas não concordo, afinal, ele somente suavizou seu discurso racial. Está tudo ali, mas de maneira sucinta, como a mulher negra que agradece o fato do assassino ser branco, porque se fosse negro, já teria ocorrido uma guerra civil.

Existe também a paranóia que faz com que na visão dos justiceiros ítalo-americanos, qualquer pessoa que seja um pouco diferente, torne-se suspeita e claro, sobra para o coitado do punk.

Os ícones que fizeram história como o Studio 54 e o berço dos Ramones CBGB ganham sua devidas homenagens e a trilha sonora é uma delícia, a começar pelos eternos "The Who".

Ainda temos a participação do próprio Spike como o repórter que cobre os movimentos do serial killer e fez-se então um grande filme. Quente, insinuante, sexy e como sempre, inteligente. Filmaço.





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