terça-feira, 29 de maio de 2007

Vermelho Como O Céu


Itália, 2005
Direção: Cristiano Bortone

Não se trata exatamente de um filme inovador, pelo contrário, é bem similar a tantos outros filmes que já vimos com a mesma e antiga fórmula: mestre X alunos que consequentemente vêm acompanhado de todos os velhos clichês como o diretor antiquado e autoritário, crianças dóceis e adultos bonzinhos dispostos a ajudar. Ok, a fórmula repete-se mas não é que dá certo.

"Vermelho como o Céu" conta a história do pequeno Mirco, um menino apaixonado por cinema na faixa dos 10 anos. Certo dia ele resolve brincar com a arma do pai e você já viu né, aliás, não entendo como o "NÃO" venceu aquele maldito plebiscito. Esta mais do que comprovado que armas de fogo só trazem desgraça, a todo momento vêmos alguma tragédia relacionada com elas e mesmo assim, nossa nação brasileira vota no NÃO!!! Levando em conta que foi a mesma nação que elegeu Clodovil deputado, não existe mais surpresa alguma.

Mirco perde a visão neste acidente e pior do que nascer cego é ficar cego. Seus pais são convencidos de que Mirco deve frequentar uma escola especial e lá se vai o garotinho. Mirco chega pra revolucionar e causar, quebra o protocolo e conquista a admiração do mestre que acredita estar diante de um garoto especial e dá todo o suporte possível para ele.

Mirco vai conquistando as outras crianças aos poucos e mostra que a deficiência visual não é sinônimo de ostracismo e lamentação. Mostra que eles são capazes de realizar muito mais e convoca seus novos amigos para criarem uma rádio novela. Com o gravador que ganhara do professor, Mirco começa a recolher e criar sons para seu filme. A sequência que mostra como foi utilizado cada som captado e criado por Mirco é linda.

Ponto para o diretor que conseguiu realizar um belo trabalho com as crianças, lembrando que é sempre complicado filmá-las. Conseguiu também, passar ao telespectador toda a paixão do protagonista para com a descoberta de seu novo dom.

Trata-se de uma história verídica (Mirco tornou-se um dos mais respeitados editores de som de cinema na Itália) e apesar do "adocicamento", o resultado final é muito bom. A mulherada sai chorando, os mais sensíveis também, o diretor soube utilizar os clichês, mas não chega a ser um risco para diabéticos, chega no limite, mas não cruza a linha.

Embora a cena da revolução industrial causada pela expulsão de Mirco da instituição tenha sido desnecessária, o filme cumpre bem o seu papel de entreter e emocionar. Apesar do chororô, trata-se de um belo filme. Não esqueça de levar tissues para sua acompanhante.




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