segunda-feira, 21 de maio de 2007

The Brown Bunny


EUA, 2003
Direção: Vincent Gallo

Havia tempos que eu queria ver este filme, já havia desistido, pois não trata-se de um filme que você encontra nas locadoras. Confesso que tenho que agradecer primeiramente a ótima iniciativa do Espaço Unibanco de realizar este Festival Carta Branca e claro, à Caetano Veloso que é o curador desta Mostra que acontece até o dia 24/05, sempre com dois filmes no Unibanco 4, na faixa galera! Vamos aproveitar que a seleção está ótima e desfrutar desta iniciativa rara de dar acesso à quem não tem condições de comprar um bilhete de cinema.

Vincent Gallo, o homem multimídia (ator, diretor, diretor de fotografia, cantor, poeta) pois é, ele até fez show por aqui no Tim Festival do ano passado, nos proporciona um filme muito interessante e surpreendente. Na verdade, parece que ele sempre está interpretando ele mesmo, seu marketing de ser uma figura blasé e deprimida encaixou como uma luva para seu personagem Bud.

O filme é agonizante. Vêmos que Bud esta sofrendo e perdido. Trata-se de um road movie em busca de algo que o telespectador não consegue identificar claramente em sua primeira hora. Ele sofre e muito, mas não sabemos porque. Esta claro que trata-se de uma desilusão amorosa ou algo do genêro, mas por quê? É a pergunta que não quer calar.

Bud viaja até a Califórnia, procurando algo que não fica bem claro. Sabemos que existe a Daisy, personagem da linda Chloé Sevigny, a loirinha do "Kids", mas o fato de ele estar perdido, faz com que o telespectador também sinta-se assim até o desfecho nos últimos 20 minutos da película.

Um desfecho amargo e inesperado. Uma porrada no estômago. Ok, até a conclusão, o filme é agonizante, pertubador, poético, vêmos Bud sofrer e sofremos com ele, tentando desvendar quais seus medos e frustrações. Existem planos longos, silêncios longos e de repente, Gallo resolve virar tudo de ponta cabeça com o desfecho, amargo sim, como já frisei, porém sensacional.

Confesso que não esperava tudo isso de sua parte, fui supreendido e esta sensação é ótima.
Não espere uma fotografia maravilhosa, diálogos desconcertantes. O filme resume-se à Bud e aos seus 20 minutos finais, que não teria o mesmo efeito se Gallo não tivesse conduzido o início e o meio da maneira que fez.

Provocador, polêmico e corajoso. Gallo e principalmente Chloé, que rouba a cena no surpreendente final. É preciso muito peito pra fazer uma cena de sexo oral. E de bobo, Gallo nada tem né.

Um filme crú, poético e bom, muito bom. Quando tiver oportunidade, não deixe de assistir. Nem que seja pra dizer: que merda!





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resmunga ai