segunda-feira, 14 de maio de 2007

O Cheiro Do Ralo


Brasil, 2007
Direção: Heitor Dhalia

Com certeza o melhor trabalho de Selton após "Lavoura Arcaica". Selton sempre quis fazer este filme baseado na obra de Lourenço Mutarelli, que interpreta o segurança do personagem escroto de Selton. Assim que soube que Heitor filmaria "O Cheiro", Selton logo manifestou seu interesse pelo papel do protagonista. E fez mais, foi um dos produtores do filme de orçamento apertadissímo, cerca de R$ 300.000,00, segundo a lenda.

"O Cheiro do Ralo" conta a história de Lourenço, um cara escroto ao cubo!!! Lourenço vive de comprar e revender bugigangas. Recebe muitas pessoas devido à sua ocupação. Os mais diversos tipos que você possa imaginar querendo vender as coisas mais bizarras existentes na face da terra. Lourenço é sarcástico e gosta da sensação de poder que sua profissão proporciona e toma proveito disso, fazendo o que de melhor ele faz: Ser escroto.

O cheiro que sai do banheiro o transtorna e o alimenta ao mesmo tempo. Representa sua podridão. Lourenço tem duas obsessões: A primeira e mais acessível, é a bunda da balconista do boteco da esquina. Isso mesmo, ele é apaixonado por uma bunda e assim como tudo, acha que pode comprá-la. Ele até poderia te-lá de graça, mas comprando, o exime de qualquer compromisso e isso lhe dá forças. Sua fixação pela bunda é tamanha que ele só percebe que a balconista da bunda dos sonhos fôra embora, quando a nova atendente vira de costas. Isso mesmo, ele só lembrava da bunda, nem o rosto da mulher, interpretada por Paula Braun, ele lembrava.

Sua segunda obsessão é comprar e criar um pai. Frankenstein total. Filho de pai desconhecido, Lourenço primeiro compra um olho bizarro de vidro, depois uma perna mecânica, daquelas que o Wagner Montes usa, e vai montando, deixando a sútil impressão de ser um cara amargo justamente pelo fato de nunca ter tido um pai.

O filme conta com passagens memoráveis e cômicas. Os personagens são ótimos, desde a viciada jóinha magricela que é a representação do demônio até a participação de Xico Sá querendo vender a lâmpada do gênio inútil, hahaha, muito bom.

Há também algumas partes fortes, principalmente devido aos diálogos de Lourenço. Quando digo que o cara é escroto, é porque ele realmente o é. E muito! Logo, algumas falas podem passar a sensação de desconforto, mas nada demais.

Heitor mostrou-se um cineasta em ascensão, uma vez que este trabalho, supera em muito, seu primeiro filme "Nina" e nos proporciona o banho de frescor que o cinema brasileiro necessita. Precisamos desta nova geração muito engajada e ativa. Heitor Dhalia, Marcelo Gomes, Cláudio Assis, são apenas alguns nomes que deveremos ouvir bastante pelos próximos anos.

A interpretação de Selton está incrível, a direção é segura, o roteiro ficou ótimo e o figurino, é simplesmente impagável, belo trabalho.

Típico filme de amor e ódio. As críticas são variadas, mas a maioria é positiva, logo, o frescor e energia do "Cheiro do Ralo" são bem vindas, mesmo que o cheiro seja de bosta. E o que é a bosta, senão, vida?

Pois é, A VIDA É DURA!!! E digo mais, mulher é tudo igual, se bobear, os convites vão para a gráfica hahaha. Uma frase muito boa com tom de vingança dirigida aos seres do sexo feminino que insistem em nos colocar na mesma panela com a famigerada frase: Homem é tudo igual. Taí nossa vingancinha, via Lourenço kkkkkkkk.





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resmunga ai