segunda-feira, 19 de março de 2007

Maria Antonieta


Japão/EUA/França, 2006
Direção: Sofia Coppola

Sofia já mostrou que o talento é de família e está no sangue. Ainda bem que ela escolheu ficar atrás das câmeras ou você não lembra da presença de Sofia no "Poderoso Chefão" ? Tenho certeza de que com dedicação ela seria uma boa atriz, mas o lado de cá da câmera condiz mais com sua herança genética. Seus dois primeiros filmes mostram que a decisão não poderia ter sido mais certeira. "Virgens Suicidas" e "Encontros e Desencontros" são filmes lindos e ótimos. Seu cinema autoral nos reserva sempre uma surpresa, na maioria das vezes, agradabilíssima. Não poderia ser diferente com "Maria Antonieta".

O filme foi vaiado em Cannes ... Os franceses acham que somente um francês tem o direito de contar essa história. E por que nenhum francês o fez então?! Vaiaram porque não querem que o mundo veja o quanto a sociedade francesa é bizarra e como seu povo foi injusto com sua Rainha.

A austríaca Maria Antonieta traz seu jeito humano para dentro do esnobe e opulento castelo de Versalhes. Sofre muito por isso, com fofocas, intrigas, inveja e para completar, o Rei é totalmente desprovido do apetite sexual que um adolescente de 18 anos provém. E olha que a Rainha se esforça para chamar a atençao do Rei assexuado, bem diferente de seu avô Luis XV que circula pela corte com uma meretriz. Como assim?! O cara ignora a Kirsten Dunst na sua cama toda a noite?! Caro leitor, pense bem, a verdadeira deve ter sido bem diferente, então nós perdoamos e agradecemos a bondade da diretora em escolher Kirsten para ilustrar o papel. E pensar que a vimos menininha em "Entrevista com o Vampiro" ... O tempo passa ... O tempo voa .... e o banco para qual este jingle foi feito nem existe mais ... viziiii, vamos voltar ao filme.

A escolha do elenco foi ótima; além de Kirsten, o filme ainda conta com a presença de um dos meus atores favoritos da nova geração, Jason Schwartzman que interpreta maravilhosamente o excêntrico e bizarro Luis XVI. O figurino, vencedor do Oscar é um esplendor de beleza e a trilha sonora, um desbunde. Siouxsie and the Banshees, The Cure, New Order e Strokes são apenas alguns dos nomes que sonorizam a fanfarra que é a vida da princesa ignorada pelo Rei.

Sem a atenção devida, a Rainha passa seu tempo com festas, jogatinas, roupas, jóias, doces e muita champanhe. Uma adolescente rica com muita energia para seu Rei bundão. É muito legal também o fato de Sofia ter escolhido mostrar a intimidade da princesa ao invés de se ater aos fatos históricos, afinal, todos já sabemos o final dessa história.

No final você chega a conclusão de que não importa o século, a juventude sempre será a mesma. Os tempos são outros, mas a natureza do ser humano continua intacta e os franceses que me perdoem, mas Sofia mais uma vez, nos presenteia com um ótimo trabalho, é verdade que poderia ser mais curto, mas isso não chega a incomodar. O filme é uma delícia e os personagens ótimos. Quero mais champanhe. Kampai!





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resmunga ai