segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vocês, Os Vivos



Suécia/Alemanha/França/Dinamarca/Noruega, 2007
Direção: Roy Andersson

Temos aqui um filme surreal. Uma mistura de vídeo arte, poesia e criatividade com uma bela pitada de humor negro.

O diretor retrata vários personagens que tem como ponto em comum a solidão e a melancolia. Todos lamentam das injustiças da vida, mas ao mesmo tempo, logo percebe-se que a lamentação é um tanto que exagerada, afinal, somos humanos e reclamar da vida é um de nossos hobbies.

O filme não segue um roteiro tradicional, aliás, é engraçado pensar no processo de desenvolvimento de um roteiro como esse. Pensar nos mínimos detalhes para que o filme não se pareça com um filme rs, se é que vocês me entendem...

A deixa dos sonhos de seus personagens é aonde o diretor procura aproveitar ao máximo sua criatividade surrealista. Podemos citar como exemplo o sonho de um dos personagens que é condenado a cadeira elétrica por ter quebrado uma sopeira de 200 anos. No julgamento, os juízes tomam cerveja e na execução, os sádicos espectadores comem pipoca, como se estivessem à assistir um filme.

Buscar a graça na desgraça não é novidade, novidade é mostrar a graça da desgraça com poesia, e isso, Roy Andersson faz muito bem.

Não existe início, meio e fim. Existe sim um mosaico de personagens que sofrem do mesmo mal e têm sua melancolia filmada em tom de comédia. Rir para não chorar, exatamente isso.

Temos então um grande filme de arte. Um vídeo arte poético. O surreal proporciona belas passagens, transformando imagens em pura poesia, mas não consigo vê-lo como Cinema e sim como uma bela experiência audiovisual. Pois é, realmente trata-se de um filme muito complicado para comentar. Terei de revê-lo rsss.

Descobri contudo que a tuba, é o Didi Mocó dos instrumentos musicais. A sua forma não tão harmoniosa e seu som grave é garantia certa de boas risadas. Essa foi a terceira comédia que conferi onde a tuba tinha um papel de destaque e em todas elas, proporcionou momentos impagáveis.

Vendo o pôster já da pra imaginar a viagem que é o filme e como sair da realidade é um dos maiores atrativos que a Sétima Arte nos proporciona, "Vocês, Os Vivos", cumpre muito bem o seu papel.




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