quarta-feira, 26 de abril de 2006

Manderlay



Dinamarca/Suécia/Holanda/França/Alemanha/EUA, 2005
Direção: Lars Von Trier

Segundo filme da trilogia que aborda a sociedade norte-americana pela visão do diretor Lars Von Trier.

Lars é um dos fundadores do movimento dinarmaquês Dogma, onde não existe bela fotografia, super produções e etc... O filme fica centrado na direção e interpretação, algo mais próximo do cinema idealizado por Glauber. Além de Lars, Thomas Vinterberg de " Querida Wendy", também surgiu do mesmo movimento.
Você não precisa ter assistido Dogville para ver Manderlay, são histórias separadas com alguns personagens em comum. Ambas dissecando a sociedade americana. Manderlay coloca o racismo em questão. Antes de falar do filme, quero comentar um detalhe: Assim como Dogville, Manderlay é filmado em um único set, como no teatro por exemplo. Não existe cenário e sim marcações no chão. A pessoa bate na porta, mas a porta não esta ali, somente os efeitos sonoros.

Confesso que ao ver este formato em Dogville, demorei uns 20 minuntos para entrar no filme, até minha mente assimilar e aceitar algo novo. Algo bem teatral, mas com um roteiro poderoso e atores idem, o resultado surpreende. É isso que acontece nos dois filmes.
Manderlay é uma cidade fictícia no Alabama. A história se passa em 1933. Grace, a personagem central da trilogia, chega à uma fazenda de algodão onde a escravidão não foi abolida. Resolve ficar para ser a heroína dos escravos e libertá-los, ou ao menos tentar. A trama do filme baseia-se nisso.

A crítica contra os EUA é ácida e certeira em ambos os filmes, mesmo com Lars nunca tendo pisado na América, ele consegue passar muito bem o íntimo do povo americano, sempre para o lado negativo é claro.

Sendo um tema muito forte e polêmico, vide Crash que ganhou o Oscar, o filme não poderia ser diferente. Manderlay é poderoso. Crú na maioria do tempo, direção impecável, sarcástico, atores ótimos, com um humor negro inteligente e sútil.

Assim como em Dogville, Manderlay guarda uma surpresinha para os últimos instantes que muda o rumo da história. Quando você viu .... já foi. Muito bom!







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