terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Marcas da Violência


EUA/Alemanha, 2005
Direção: David Cronenberg

Este novo filme de Cronenberg é bem diferente de tudo o que ele já fez. O fantástico, o surreal não estão presentes de forma explícita como em outros trabalhos seus.
O personagem de Viggo Mortensen, o Aragon de Senhor dos Anéis, vira herói local ao matar dois bandidos que tentaram assaltar e torturar as pessoas em seu restaurante, só que, imaginava-se que Mortensen era um homem pacífico e incapaz de empunhar uma arma de fogo.


Eis que de repente ele vira um ninja e atirador de elite no instinto natural de sobrevivência, dotes que ninguém na cidade, nem sequer sua família imaginavam que ele possuísse.
Fica famoso, aparece na tv, jornalistas o pertubam e seu
estaurante volta a ter movimento.

Que azar. Seu passado começa a vir à tona quando Ed Harris entra em seu restaurante chamando-o pelo verdadeiro nome e clamando por justiça.

Durante algum tempo você fica na dúvida se ele (Mortensen) esta escondendo algo ou não. Afinal de contas, ele não poderia ser um assassino profissional vivendo no estilo da tradicional família doriana americana? Poderia.

As visitas de Harris começam a tornar-se constantes e sua mulher e seu filho mais velho começam a desconfiar. Mortensen está paróico, pois seu passado está atrás dele. E mais uma vez ele tem que demonstrar todo seu talento para aniquilar os inimigos de outrora. Já não dá mais pra esconder. Ele não é quem dizia ser. Uma vez ferrado, ele arrisca tudo e parte para um ajuste de contas.
Embora não seja um típico filme do Cronenberg, alguns elementos de sua cinematografia estão sim presentes, o deboche e a paranóia são alguns. O deboche no sexo violento, na forma de matar, nas falas de Mortensen e a sequência final do jantar, tensão pura, muito bem dirigida.

Não é o melhor dele, mas mesmo assim, ainda está muito acima da média. Cronenberg é ironia!













Postado originalmente no O Crítico Sou Eu em 13/12/2005.

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