terça-feira, 19 de agosto de 2008

LEMON TREE



ISRAEL/ALEMANHA/FRANÇA, 2008
DIREÇÃO: ERAN RIKLIS

Mais um filme que disseca a eterna guerra santa entre Palestina e Israel, só que o foco de "Lemon Tree" não está na guerra em si, mas em seus efeitos nas pessoas que convivem com ela diariamente, sob o ponto de vista dos dois lados.

A ótima Hiam Abbass, uma das protagonistas de "Free Zone" ao lado da princesa Léa Natalie Portman, faz o papel de uma viúva palestina que tira seu sustento de um pomar de limoeiros. Um belo dia o ministro da Defesa de Israel resolve mudar-se para o outro lado da linha que separa os dois países, vivendo na fronteira ao lado de seus belos e suculentos limões. O que ela não esperava era que seu pomar viraria questão de segurança pública, ou para ser mais preciso, seu pomar representasse uma ameaça para a segurança do ministro. O que fazer? Colocá-los para baixo oras. Simples assim! Uma demonstração de força do fascismo israelita. Mas o que o ministro não esperava, era que aquela sua vizinha fosse dar tanto trabalho por causa de alguns pés de limão. E ela deu muito trabalho e recorreu à Suprema Corte para manter seus sustento, herança de seu falecido pai.

Esta corajosa mulher não está sozinha, e seu jovem advogado compra a briga independente de suas consequências. Talvez porque ele estivesse "encantado" pela viúva, muito mais do que pela causa ou ideologia. Os dois personagens envolvem-se em um romance silencioso, onde as trocas de olhares entregam a atração mútua. Um breve momento, belo e delicado, rompido pela cobrança de amigos de seu falecido, demonstrando o machismo imperante naquela sociedade. Ela ouve, não diz uma palavra e respeita, mas deixa bem claro em seu olhar, que não segue tais mandamentos.

O que podemos perceber, é que os dois lados, palestinos e israelenses não entendem o porque de tanto ódio. O ministro diz à esposa que não dá pra mudar o que existe há 3000 anos e ela responde que muitas vezes seu país resolve as coisas com ignorância. A viúva não está preocupada com seu vizinho e sim com seu pomar. O guarda que protege a residência do ministro, demonstra a total imposição do Estado para com seus jovens, que apenas cumprem ordens e assim, vidas são desperdiçadas.

O que dá à entender, é que essa guerra durará mais 3000 anos simplesmente pelo fato de ser algo histórico, uma herança mal resolvida de seus antepassados que se eternizará. Por quê? Nem eles sabem, quer dizer, sabem, mas não entendem, quer dizer, entendem, mas não compreendem. Não existe espírito olímpico que una essas nações. Triste. Muito triste!





Nenhum comentário:

Postar um comentário

resmunga ai