terça-feira, 27 de março de 2007

Ponte Para Terabítia


EUA, 2007
Direção: Gabor Csupo

M A R A V I L H O S O ! Um filme lindo e emocionante que mexe com inúmeras emoções e lembranças ... Simplesmente inesquecível, daqueles que você quer rever na sequência.

Eu não conhecia a história. A mãe do diretor escreveu o livro na década de 70 para que ele aprendesse a lidar com a dor da morte, uma vez que uma amiga muito próxima falecera em sua infância. O filme é bonito demais e o livro com certeza deve ser melhor ainda, estou louco para lê-lo.

"Ponte para Terabítia" conta a história de duas crianças, um menino e uma menina que são rejeitados na escola pelos "amiguinhos", mas encontram um no outro, uma espécie de alma gêmea. A amizade vai crescendo e o amor entre os dois é puro e sincero, daqueles que fazem nossos olhos brilharem. Eles são vizinhos e todo dia após voltar da escola, eles vão para um mundo imaginário somente deles, onde são soberanos. Neste mundo existem Trolls gigantes, exércitos de louva deuses, cachoeiras extraordinárias, enfim, um mundo de sonho para duas crianças especiais.

É impossível não lembrar da nossa época de colégio, as grandes amizades que perduram até hoje, as brigas e subordinações por parte do povo da 8° série, as aulas de música ... É tudo muito nostálgico e emocionante. A amizade dos dois é a coisa mais linda. Ele, é um menino muito sofrido que embora tente criar seu mundo de fantasia através de seus desenhos, sempre é trazido a dura realidade pela figura autoritária do pai que o trata como adulto. Ela, aparentemente é uma criança feliz que só quer brincar. Seus pais são escritores e ela, talvez por influência deles, também gosta de imaginar e criar situações fantasiosas. "keep your mind open..." é seu lema e através dele, consegue fazer com que o menino também entre na fantasia apesar da sua dura realidade.

Dos mesmos produtores de "Nárnia", "Ponte" mostra-se maduro e envolvente. As crianças protagonistas são interpretadas pela ótima loirinha da "Fantástica Fábrica de Chocolate" e pelo também talentoso garotinho do filme "ABC Do Amor". Além de tudo, tem MAY BELLE, a irmã mais nova do menino que é simplesmente um anjo em forma de gente, coisinha mais linda e ótima atriz. O cast não poderia ter sido melhor escolhido. A direção também está ótima, uma vez que trabalhar com crianças é um dos maiores pesadelos de todo diretor, aqui até parece que foi fácil, pois todas as crianças estão muito bem em seus papéis. Os efeitos especiais são discretos e muito bem feitos e na realidade, o melhor de tudo é que não existe um abuso destes efeitos, eles aparecem na hora certa e são um complemento para a mente criativa da dupla e não o principal da película. Esta tudo muito bem encaixado e no seu devido lugar.

Na última 1/2 hora chorei sem parar, até tentava, mas não conseguia, as lágrimas caiam... Será que eu estava sensível? Acho que não, pois sei que muitos passaram por isso também e não porque o filme é piegas e apelativo, pelo contrário, é muito lindo mesmo. Mas para não arriscar jogar toda essa magia por água abaixo, vá ver a versão legendada e prepare-se para um dos filmes da sua vida. KEEP YOUR MIND OPEN, ALWAYS!!! LINDO!!!




segunda-feira, 26 de março de 2007

A Casa Dos Budas Ditosos



Direção: Domingos de Oliveira


Desta vez fui conferir um blockbuster teatral, o sucesso de público e crítica "A Casa dos Budas Ditosos", baseado na obra de João Ubaldo Ribeiro.


Uma libertina baiana com idade por volta dos 60 anos conta suas apimentadas e surreais histórias sobre sua vida sexual, e olha que não foram poucas.


Ok, o texto é engraçadinho, mas é tanta besteira que seria impossível não sorrir. No entanto discordo da maioria. A peça não me agradou. Talvez no formato literário o texto funcione melhor. O texto é esdrúxulo e apelativo. Só porque o autor é João Ubaldo e a atriz a consagrada e global Fernanda Torres, que eu gosto muito por sinal, o povo baba o ovo, óóóóóóoó que gênios! Calma lá gente, ninguém é intocável e todos cometemos nossos deslizes.


Tenho certeza de que se fosse um ator menos conhecido a peça seria um fracasso e a crítica cairia matando. Que pouca vergonha, que horror de texto, tem até incesto! Mas como trata-se de personalidades famosas e consagradas, e eles merecem , até aberrações como uma relação sexual entre familiares fica engraçada. Por favor meu povo brasileiro, chega de tanta hipocrisia! Eu percebia as pessoas incomodadas com partes do texto, mas é a Fernanda Torres, ela pode. Come on! Você também pode criar um pouco de coragem e criticar os medalhões.


A grande verdade é que a elite deste país é tão ignorante que não faz idéia do que realmente é bom, ela somente digere e aceita o que seus meios de comunicação indicam, entenda-se por isso Revistas Veja e Caras! Vocês não enxergam um palmo do que está diante de seu narizes e parecem viver em uma redoma que os protegem e ocultam a realidade que os cercam. Enquanto esta elite governar nosso país, nosso Brasil continuará na era do cabresto e o pior de tudo: Cego para seu interior.


Ainda a tempo. Queres passar pela verdadeira experiência do teatro? Vá ver "Aldeotas" e você vai começar a entender onde quero chegar. Fernadinha e Ubaldo, adoro vocês, mas desta vez, não teve jeito.




segunda-feira, 19 de março de 2007

Maria Antonieta


Japão/EUA/França, 2006
Direção: Sofia Coppola

Sofia já mostrou que o talento é de família e está no sangue. Ainda bem que ela escolheu ficar atrás das câmeras ou você não lembra da presença de Sofia no "Poderoso Chefão" ? Tenho certeza de que com dedicação ela seria uma boa atriz, mas o lado de cá da câmera condiz mais com sua herança genética. Seus dois primeiros filmes mostram que a decisão não poderia ter sido mais certeira. "Virgens Suicidas" e "Encontros e Desencontros" são filmes lindos e ótimos. Seu cinema autoral nos reserva sempre uma surpresa, na maioria das vezes, agradabilíssima. Não poderia ser diferente com "Maria Antonieta".

O filme foi vaiado em Cannes ... Os franceses acham que somente um francês tem o direito de contar essa história. E por que nenhum francês o fez então?! Vaiaram porque não querem que o mundo veja o quanto a sociedade francesa é bizarra e como seu povo foi injusto com sua Rainha.

A austríaca Maria Antonieta traz seu jeito humano para dentro do esnobe e opulento castelo de Versalhes. Sofre muito por isso, com fofocas, intrigas, inveja e para completar, o Rei é totalmente desprovido do apetite sexual que um adolescente de 18 anos provém. E olha que a Rainha se esforça para chamar a atençao do Rei assexuado, bem diferente de seu avô Luis XV que circula pela corte com uma meretriz. Como assim?! O cara ignora a Kirsten Dunst na sua cama toda a noite?! Caro leitor, pense bem, a verdadeira deve ter sido bem diferente, então nós perdoamos e agradecemos a bondade da diretora em escolher Kirsten para ilustrar o papel. E pensar que a vimos menininha em "Entrevista com o Vampiro" ... O tempo passa ... O tempo voa .... e o banco para qual este jingle foi feito nem existe mais ... viziiii, vamos voltar ao filme.

A escolha do elenco foi ótima; além de Kirsten, o filme ainda conta com a presença de um dos meus atores favoritos da nova geração, Jason Schwartzman que interpreta maravilhosamente o excêntrico e bizarro Luis XVI. O figurino, vencedor do Oscar é um esplendor de beleza e a trilha sonora, um desbunde. Siouxsie and the Banshees, The Cure, New Order e Strokes são apenas alguns dos nomes que sonorizam a fanfarra que é a vida da princesa ignorada pelo Rei.

Sem a atenção devida, a Rainha passa seu tempo com festas, jogatinas, roupas, jóias, doces e muita champanhe. Uma adolescente rica com muita energia para seu Rei bundão. É muito legal também o fato de Sofia ter escolhido mostrar a intimidade da princesa ao invés de se ater aos fatos históricos, afinal, todos já sabemos o final dessa história.

No final você chega a conclusão de que não importa o século, a juventude sempre será a mesma. Os tempos são outros, mas a natureza do ser humano continua intacta e os franceses que me perdoem, mas Sofia mais uma vez, nos presenteia com um ótimo trabalho, é verdade que poderia ser mais curto, mas isso não chega a incomodar. O filme é uma delícia e os personagens ótimos. Quero mais champanhe. Kampai!





segunda-feira, 12 de março de 2007

Mostra Cassavetes no Cinesesc



A dica do blog é o relançamento de algumas obras deste ator e diretor que foi um dos percursores do cinema independente americano. Pouco dinheiro, muita liberdade e ousadia. Com essa fórmula de trabalho, o diretor americano John Cassavetes (1929-1989) tornou-se, nos anos 60 e 70, um dos pioneiros do que hoje se conhece como cinema independente.

Sua obra, que circulou muito pouco no circuito comercial brasileiro, está sendo redescoberta a partir de um miniciclo de cinco títulos realizado no início de fevereiro no Cinesesc de São Paulo, incluindo "Uma Mulher sob Influência", "Faces", "A Morte do Bookmaker Chinês", "Noite de Estréia" e "Sombras".

Não perca esta oportunidade de conferir obras fundamentais da história do cinema independente americano e por que não, mundial. Programa obrigatório para amantes e estudantes da Sétima Arte.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Congratulations Martin!