sexta-feira, 13 de julho de 2012

PARA ROMA COM AMOR




EUA/ Espanha/ Itália, 2012
Direção: Woody Allen

Quem dá mais? Qual será a próxima cidade a receber o circo cinematográfico do mestre Woody Allen? Nenhuma cidade alemã foi agraciada, também, elas não possuem o mesmo charme das últimas locações. Tirando Londres, até filme amador de turista fica bonito enquadrando Barcelona, Paris e Roma. Acredito que em tempos de Copa e Olimpíadas no Brasil, o Rio de Janeiro seria uma bela opção  para a próxima aventura de Allen. Chegou a hora de explorar outros continentes. Buenos Aires então, seria perfeita, mas vamos falar de "Para Roma com Amor".

Para um cineasta tão produtivo, é normal alternar altos e baixos. Lembrando sempre que o "baixo" de Woody Allen é sinônimo de bom na grande maioria das vezes.

Após a inspiração parisisense que rendeu até indicação ao Oscar, "Para Roma com Amor" é sim um filme menor, mas ainda assim, delicioso. Com um elenco que mistura estrelas consagradas com estrelas contemporâneas, o diretor mais uma vez nos apresenta cenas do cotidiano com uma pitada folclórica do país em questão.

São quatro histórias que correm paralelamente. Têmos Roberto Benigni como um João ninguém que sem mais nem menos torna-se famoso. Uma clara crítica as celebridades instantâneas produzidas pela mídia. Do mesmo jeito que a fama vem, ela vai. Tem também o núcleo de Jesse "Facebook" Eisenberg e Ellen "Juno" Page. Nesta história Eisenberg é um jovem estudante americano de arquitetura que mora com sua namorada em Roma. A personagem de Page chega para visitar a amiga e logo, o personagem de Eisenberg vê-se totalmente apaixonado pela melhor amiga da namorada. Paixão fulminante, mas basta uma proposta de trabalho recebida pela personagem de Page para que todo amor de verão desemboque em decepção para o pobre estudante loucamente apaixonado. Bem que Alec Baldwin o alertou.

Em outro núcleo têmos a encantadora Penélope Cruz no papel de uma prostituta cômica e caricata. A história dela é bem fraca e vale apenas, por ela mesma. O melhor, Allen guardou para si mesmo é claro. Ele interpreta o pai de uma jovem que resolve se casar com um italiano idealista defensor dos pobres e oprimidos. O pai do jovem idealista é dono de uma funerária que solta a voz embaixo do chuveiro e Allen como empresário aposentado do ramo musical, enxerga ali a desculpa perfeita para voltar ao trabalho. Garantia de piadas cômicas e sarcásticas bem ao estilo do diretor que mais uma vez interpreta a si mesmo. O velho rabugento.

O filme pode não ser um primor, mas entrega o que promete. Diversão garantida e boas gargalhadas. Todas as histórias possuem além da comicidade, uma crítica ácida e escancarada. Nada de joguinhos subliminares. Despretensioso e inteligente. As vezes pastelão, as vezes surreal, mas sempre com a pegada que Allen tornou característica. Você bate o olho e fala: É Woody Allen. Destaque para o impagável Tenor no chuveiro.




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resmunga ai