sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

AMOR SEM ESCALAS




EUA, 2009
Direção: Jason Reitman


Estaria Clooney fazendo o papel de si mesmo? Tamanha desenvoltura no papel do solteirão convicto lhe proporcionou uma indicação.

Ryan, o personagem de Clooney, ganha a vida com um trabalho um tanto desagradável: Viajar pelo país demitindo pessoas. Tal situação proporciona momentos engraçados e dramáticos, dando uma pitada de humor negro ao filme. Apesar da profissão, Ryan ama o estilo de vida que o trabalho lhe proporciona e até da palestras sobre como desprender-se das coisas e de tudo, dizendo que tudo que existe de mais importante na sua vida deve caber em uma mochila.

Ele ama viver 11 meses por ano em aeroportos e hotéis. Ama as regalias proporcionadas pelas cias aéreas devido ao grande número de milhas acumuladas e ama principalmente, não estar preso à ninguém, mas ninguém mesmo, mulheres e família incluso. O principal objetivo de Ryan é conquistar 1 milhão de milhas (acho que é isso) para ganhar um cartão especial e ter seu nome gravado nos aviões da cia aérea. Algo assim.

Entre idas e vindas conhece uma moça que parece ser sua versão feminina interpretada pela ótima e bela Vera Farmiga. Ela gosta das mesmas coisas que Ryan e literalmente o usa para seus prazeres sexuais, o que parece lhe deixar mais excitado ainda.

Contudo, a vida perfeita de Ryan parece estar com os dias contados. Motivo: Jovem executiva de sua empresa criou um sistema para as demissões que cortaria os gastos com passagens, hospedagem e alimentação, através de demissões via video conferência. Os executivos adoraram, Ryan odiou. Para provar que as coisas não funcionam dessa maneira, Ryan leva a jovem executiva nas viagens. Aliás, a jovem em questão interpretada por uma inspirada Anna Kendrick, rendeu-lhe uma indicação, muito merecida por sinal. Ela é o contraponto perfeito para o Ryan solteirão e o coloca em situações bem cômicas, nunca deixando-se ser intimidada pela pouca idade.

No meio disso tudo ainda temos o casamento da irmã de Ryan, que é onde começa o clímax do filme. Estaria o solteirão convicto ficando cansado da solidão? Sim, mas o destino pode ser cruel e quando ele finalmente resolve mudar ...

Trata-se de um belo filme, com belas interpretações de Clooney e Kendrick. Um roteiro gostoso sobre gente como a gente e que me fez pensar muito com a frase do protagonista: "Ao menos uma vez na vida, eu não quero ser o solteirão solitário sentado no balcão do bar." e "A vida é melhor com companhia."





Filme/Direção/Ator/Atriz (Vera Farmiga e Anna Kendrick) e Roteiro Adaptado

EDUCAÇÃO




Inglaterra, 2009
Direção: Lone Scherfig
Com roteiro do papa do pop inglês, o escritor Nick Hornby de "Alta Fidelidade" , "Educação" é um filme um pouco diferente do universo do escritor.
Na Londres dos anos 60, jovem entediada com sua vida de estudante e insegura com relação ao futuro que a universidade pode lhe proporcionar, conhece um homem maduro e bon vivant que lhe dará tudo aquilo que sua jovem inquietude almeja. Viagens à Paris, jantares ao som de Jazz e principalmente, uma oportunidade de ingressar na vida adulta com a aprovação dos pais.
Nos anos 60 a cultura francesa era a mais "cool". Seus artistas, filmes, músicos e beatniks mexiam com a imaginação da juventude ao redor do mundo e ditavam moda. Paris era o lugar para se estar naquela década. Jenny sonhava com isso e de repente se encontra inserida neste universo deslumbrante através daquele homem mais velho que aparentemente estava apaixonado pela Lolita.
Apesar de desconfiar dos negócios escusos do amante, Jenny conforma-se de que nada daquilo nasce em árvores e entrega-se à fantasia, deixando quase todos seus pudores de família tradicional de lado.
Chega o momento então em que ela deverá decidir que caminho trilhar: Ingressar na Universidade e ser professora, o mais comum na época ou desistir de tudo e continuar sua vida fantasiosa rodeada de jazz, viagens, arte e bons restaurantes. Bem, nem é preciso dizer qual foi a escolha.
Trata-se de um filme delicioso de acompanhar, com participações mais que especiais de Emma Thompson, como a diretora da escola de Jenny e Alfred Molina como seu pai. Aliás, o pai rigído de outrora parece tão encantado com o genro quanto a filha e o homem que sempre fez questão da presença da filha na Universidade, também fica cego perante os benefícios que aquele homem poderia trazer para sua família.
A conclusão meio óbvia no entanto tira um pouco do encanto da película. Trata-se de um bom filme, mas não era pra tanto.



Filme/Atriz e Roteiro Adaptado

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

GUERRA AO TERROR


EUA, 2008
Direção: Kathryn Bigelow


O filme que vem arrebatando prêmios por onde passa me decepcionou. Não que o filme seja ruim, mas já conferi vários filmes do gênero e pelo que andava ouvindo, parecia que tratava-se do melhor filme de Guerra de todos os tempos. Não foi o que achei.

O filme conta a história de um esquadrão antibomba na Guerra do Iraque. Ao perder seu especialista logo no início, um substituto é enviado e então começa o filme.

O filme trabalha a expectativa, aquilo que não conseguimos ver e consequentemente, deixa o espectador aflito. Ponto para Kathryn. Ao caminhar em direção a bomba, vemos pessoas nas janelas dos prédios, pessoas pela rua e pelo comércio local. Saber que a qualquer momento, uma daquelas pessoas pode detonar a bomba provoca a aflição constante. O filme começa bem e Kathryn consegue transmitir um pouco da adrenalina daquele que exerce esse trabalho suicida.

O filme começa a se perder quando entram os clichês. Nada contra se forem bem trabalhados, o que não é o caso. O personagem que chega para substituir o anterior tem um "Q" de Rambo. O homem não consegue trabalhar em grupo e põe em risco a vida dos companheiros para satisfazer sua necessidade de adrenalina. Solta frases como: "Se eu vou morrer, que eu morra confortável." Acende o cigarro toda vez que consegue finalizar um desarmamento, como se tivesse acabado de transar. A Guerra é uma droga e o personagem em questão é viciado nela. Ok, até aí achei que começou a forçar, mas passa.

Depois o Rambo da bomba cria empatia com um menino vendedor local e mostra o lado salvador dos EUA. Em um país onde todos americanos são odiados, ele tenta mostrar compaixão e transmitir a mensagem de que os EUA são os salvadores do mundo e só estão lá para ajudar os iraquianos. Agora cá entre nós, um homem viciado em Guerra e que não se importa com a família que lhe espera em casa, mostrar-se sentimental para com o garotinho iraquiano soa bem falso.

Depois tem a cena dos soldados se esmurrando como verdadeiros trogloditas nerds simplesmente para aliviar a tensão. Neste momento eu desisiti do filme.

Bigelow ainda tenta mostrar que aqueles homens tem coração e sentimentos e o filme quase cai na pieguice. Quer dizer, eu acho que cai, porque ela tenta juntar poesia à Guerra. Em uma cena onde todos estão voltados para a eminência da bomba explodir, ela me põe um menino empinando uma pipa!? Ohhh que lindo, existe poesia na guerra. Enquanto todos correm para não morrerem, o menino empina sua pipa tranquilamente ao lado do homem bomba.

O filme não é ruim, mas ela devia deixar a poesia e o lado sentimental de lado, pois a adrenalina bastaria. Mas acho que foi até por isso que os americanos gostaram tanto deste filme. Mostra o lado "doce" da America.

Talvez seja implicância minha, mas para mim, que conferi filmes como "Lebanon" e "Beaufort", dizerem que "Guerra ao Terror" é o melhor filme de Guerra recente, soa como piada. Mas afinal, o prêmio é restrito a americanos, entoces ...

Filme/Direção/Ator/Roteiro Original/Trilha Sonora/Edição de Som/Mixagem de som/Edição e Fotografia





PRECIOSA - UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA

EUA, 2009
Direção: Lee Daniels
Inicialmente confesso que fiquei muito feliz com as mudanças do Oscar 2010, principalmente com o prêmio principal sendo disputado por 10 filmes, afinal, o Oscar nunca prezou pela justiça e talvez dessa maneira ele fosse menos injusto, mas ao conferir os indicados, cheguei a conclusão de que tudo não passa de mais uma mudança caça níqueis, o que para os cineastas é ótimo, mas o prestígio de outrora do Festival, que anda cada vez menor, agora corre o risco de cair na banalização ao indicar filmes que sinceramente, não são merecedores de tal lista. Felizmente não é o caso de "Preciosa".
Baseado no livro "Precious", o filme conta a história da adolescente Clareece Precious Jones que com apenas 16 anos ja esta na segunda gravidez decorrente dos abusos sofridos por seu pai. Isso mesmo, desgraça pouca é bobagem no enredo deste filme.
Precious é molestada pelo pai e maltrada pela mãe que absurdamente tem ciúmes da própria filha. Diz que ela quer roubar seu homem e comete atrocidades mil contra a garota que sempre foi maltrada e não entende a definição de amor. Aliás, a mãe é interpretada pela excelente Mo'nique em uma atuação que lhe rendeu a indicação de atriz coadjuvante. Indicação super justa por sinal. Você sai com raiva daquela mulher. Fortissima candidata.
Precious é uma menina amarga, também pudera e ao ser expulsa da escola devido a gravidez, ela encontra conforto em uma escola especial onde começa a descobrir o significado das palavras carinho e amizade.
No decorrer do filme encontra pessoas comovidas com sua situação e dispostas a ajudá-la. Pessoas como a professora da escola especial que faz ela questionar como pessoas até então estranhas podem ser mais carinhosas e atenciosas com ela do que a própria família. Entram na lista uma Mariah Carey irreconhecível de cara lavada e o cantor/galã Lenny Kravitz como o enfermeiro boa praça e boa gente.
Precious sonha em ser magra, loira e branca. Sonha em ser uma super star, sonha com o professor de matemática e estes sonhos são sua única válvula de escape da sua realidade cruel.
Quando começa a sentir-se querida e amada, mais uma bomba cai sobre sua cabeça e realizamos que nem sempre a vida tem um final feliz.
Trata-se de um filme de atrizes. Gabourey Sidibe arrasa no papel da protagonista e também recebeu sua merecida indicação. Vale pelo trabalho das duas atrizes em questão. Um filme para lembrarmos que a vida não é um mar de rosas e para pararmos de reclamar das infímas bobagens que as vezes tanto nos afligem.
Filme/Direção/Atriz/Atriz Coadjuvante/Roteiro Adaptado e Edição.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A TODO VOLUME


EUA, 2008
Direção: Davis Guggenheim

Documentário para iniciados. Obrigatório para músicos e delicioso para amantes da música e principalmente, amantes do Rock n Roll. Três virtuoses da guitarra, três gerações tecendo sobre suas experiências com a donzela de 6 cordas.

Temos então Sir mestre Jimmy Page, autor de alguns dos riffs mais emblemáticos da história do Rock. Temos The Edge, o caladão do U2 que parece ser meio chato, e o documentário mostra que ele é meio sem graça mesmo, mas o homem é guitarrista da maior banda pop da atualidade e tem lá suas virtudes também, of course. O homem gosta da tecnologia. E o mais novo de todos, mas o personagem mais interessante com certeza, talvez porque Jack White ainda leve na veia aquela raiva e indignação da juventude. O homem produz muito, incessantemente. The White Stripes, The Racounters, The Dead Weather, incansável! Ele prefere a tradição, a old school das plantações de algodão do Tennessee onde tudo nasceu. Inquieto, ele nos reserva os melhores momentos do doc.

A ideia do documentário é reunir 3 dos maiores guitarristas da história para falar sobre a relação deles com este instrumento apaixonante. Então temos pequenos documentários da vida de cada um. Seus métodos de criação, curiosidades e a intimidade. Ficamos sabendo por exemplo que Jimmy Page queria ser biólogo, que Jack White sempre foi louco por música desde sempre e que ele tirou a própria cama do quarto para que coubesse nele suas duas baterias, amplificadores e guitarras. Dormia no chão. O quarto tinha 2x2 m. E The Edge ... Sinceramente não me lembro de nada muito relevante da vida particular dele. O homem é sem graça mesmo, mas toca muito e é um entusiasta, sempre experimentando coisas novas.

Paralelamente as histórias de cada um, temos os 3 reunidos em um estúdio conversando sobre suas técnicas e experiências com luthier (o homem que faz guitarras) para customizar suas meninas. Isso mesmo, guitarristas costumam tratar as mesmas como mulheres. Elas são alisadas, acariciadas e muitas vezes recebem nomes. Temos B.B King e sua Lucille como famoso exemplo. Além de conversarem, eles tocam juntos é claro, afinal, ai que esta o grande atrativo do filme, as jams reunindo os três ícones. Cada um apresenta um trecho, ou riffs de suas músicas, mas o grande momento mesmo é quando Jimmy Page entoa os primeiros acordes de "Whole Lotta Love". Ver Jack White e The Edge, embasbacados, admirando a lenda soltar aqueles acordes não tem preço.

Enfim, sou suspeito para falar. Como cinema realmente não representa nada, mas é admirável e apaixonante ver estas lendas demonstrando seu amor pela música. E a jam final ao som de The Weight da saudosa The Band ... Linda!







quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ACONTECEU EM WOODSTOCK



EUA, 2009
Direção: Ang Lee

Eu como bom rockeiro e discípulo dos hippies paz e amor não minto. Se tivesse que ter nascido em outra época, definitivamente teria escolhido os anos 70. A efervescente massa jovem ávida por lutar por seus direitos e por um mundo melhor. Sem contar a enorme diversidade cultural que explodia em todas as searas, literatura, cinema e principalmente a música. Nunca se produziu tanto com tamanha qualidade.

O filme de Ang Lee, o chinês do western gay, não foca no festival em si. O foco dele é a família protagonista, a relação daquele filho até então pródigo com seus pais caretas e conservadores, até então também.

A família em si é dona de um hotel caindo aos pedaços em uma cidadezinha do interior americano. A mãe é uma pão-dura de marca maior e o pai, bem, o pai obedece a mãe. O filho, que já não vive mais com eles, vive voltando pra casa para tentar alavancar o negócio da família, mas sempre em vão, até que surge a oportunidade da cidade receber o lendário festival, uma vez que a cidade escolhida rejeitara os hippies.

O filho então enxerga o negócio como uma oportunidade única e tenta convencer a cidade de que receber o festival será bom para todos. Os tradicionais rejeitam a ideia e passam a ver o rapaz com desprezo. "Os hippies vão invadir nossa cidade, vão roubar e saquear tudo ... " Mas assim que as primeiras caravanas começam a chegar, eles vêm que o negócio realmente poderia ser muito bom. ($$$)

Daí então o que temos são imagens e mais imagens de hippies e toda uma cidade cedendo a força do flower power. São imagens belíssimas confesso, que só dão mais vontade de ter estado lá me jogando na lama e conhecendo os seres mais figuras do planeta, além é claro de ouvir mestres como Hendrix, The Who, Janis Joplin, Joan Baez e cia. Um desbunde!

Não existe porém nenhuma imagem que mostre os artistas daqueles 3 dias de paz e amor, pois na realidade, os protagonistas de Woodstock foram as mais de 500 mil pessoas que compareceram para aquele evento histórico. Fazia-se a história naquele momento e todos sabiam disso, impulsionados pelos protestos contra a Guerra do Vietnam. Por 3 dias, Woodstock foi o centro do universo.

Todos esses acontecimentos alteram a vida da família em questão e com os sentimentos à flor da pele, eles conseguem se entender melhor, conversar e até expor os incômodos que os afligem. Compartilham momentos até então inconcebíveis e tornam-se mais maleáveis e dispostos a dialogar. Abrem o coração literalmente.

Show de imagens e só. O roteiro é bem fraco e cheio de clichês sobre o que você possa imaginar como foi Woodstock. Paz, amor, lsd e maconha rolando soltos e viagens, muitas viagens de todos os tipos para todos os gostos. Temos também certos personagens desnecessários e até meio forçados como o segurança "drag queen", mas sei lá, se foi inspirado em uma história real, talvez esse ser tenha existido, embora eu duvide.

O melhor momento na minha modesta opinião é quando o filho resolve ver com os próprios olhos, incentivado pelo pai, tudo o que esta acontecendo, pois até então, ele só estava organizando e não tinha ido ver o palco e a movimentação no local. Chegando lá ele conhece um casal com quem dá uns peguinhas e toma um docinho, a princípio, meio com medo, mas depois ele se libera e entra na onda. O rapaz que oferece os estimulantes é interpretado pelo excelente Paul Dano, um dos melhores em atividade atualmente.

Enfim, "Aconteceu em Woodstock" é um filme bonitinho. E só.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

OSCAR 2010


Saiu a lista dos indicados deste ano e ela veio cheia de surpresas. Que ótimo. A grande novidade deste ano é a indicação de 10 filmes ao invés de 5 na categoria de melhor filme. Para as outras categorias não houve alteração.

Dos 10 indicados conferi 4 até o momento. "Avatar", "Bastardos Inglórios", "Up - Altas Aventuras" e "Distrito 9" , todos devidamente resenhados no blog. Destes, com certeza o melhor de todos é a obra de Tarantino, mas correm por fora ainda os irmãos Coen que sempre são fortes e "Guerra ao Terror", que está sendo relançado nas telonas devido ao enorme sucesso que vem fazendo em festivais.

De qualquer maneira, ainda preciso conferir os outros 6 para não ser injusto. Este ano promete várias surpresas. Que assim seja. Confira a lista completa.

Melhor Ator

* Jeff Bridges – Crazy Heart
* George Clooney – Amor Sem Escalas
* Colin Firth – Direito de Amar
* Morgan Freeman – Invictus
* Jeremy Renner – Guerra ao Terror

Melhor Diretor

* James Cameron – Avatar
* Kathryn Bigelow – Guerra ao Terror
* Quentin Tarantino – Bastardos Inglórios
* Lee Daniels – Preciosa
* Jason Reitman – Amor Sem Escalas

Melhor Roteiro Adaptado

* Distrito 9
* Educação
* In The Loop
* Preciosa
* Amor Sem Escalas

Melhor Roteiro Original

* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* O Mensageiro
* Um Homem Sério
* Up – Altas Aventuras

Ator Coadjuvante

* Matt Damon – Invictus
* Woody Harrelson – O Mensageiro
* Christopher Plummer – The Last Station
* Stanley Tucci – Um Olhar do Paraíso
* Christoph Waltz – Bastardos Inglórios

Melhor Atriz

* Sandra Bullock – O Lado Cego
* Helen Mirren – The Last Station
* Carey Mulligan – Educação
* Gabourey Sidibe – Preciosa
* Meryl Streep – Julie e Julia

Melhor Atriz Coadjuvante

* Penelope Cruz – Nine
* Vera Farmiga – Amor Sem Escalas
* Maggie Gyllenhaal – Crazy Heart
* Anna Kendrick – Amor Sem Escalas
* Mo´Nique – Preciosa

Melhor Animação Longa-Metragem

* Coraline
* O Fantástico Sr. Raposo
* A Princesa e o Sapo
* The Secret of Kells
* Up – Altas Aventuras

Melhor Filme

* Avatar
* O Lado Cego
* Distrito 9
* Educação
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* Preciosa
* Um Homem Sério
* Up – Altas Aventuras
* Amor Sem Escalas

Melhor Direção de Arte

* Avatar
* O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
* Nine
* Sherlock Holmes
* The Young Victoria

Melhor Fotografia

* Avatar
* Harry Potter e o Enigma do Príncipe
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* A Fita Branca

Melhor Figurino

* Brilho de Uma Paixão
* Coco Antes de Chanel
* O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
* Nine
* The Young Victoria

Melhor Montagem

* Avatar
* Distrito 9
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* Preciosa

Melhor Filme Estrangeiro

* Ajami (Israel)
* El Secreto de Sus Ojos (Argentino)
* The Milk of Sorrow (Peru)
* Un Profète (França)
* A Fita Branca

Melhor Trilha Sonora Original

* Avatar
* O Fantástico Sr. Raposo
* Guerra ao Terror
* Sherlock Holmes
* Up – Altas Aventuras

Melhor Canção Original

* “Almost There” – A Princesa e o Sapo
* “Down in New Orleans” – A Princesa e o Sapo
* “Loin De Paname” – Paris 36
* “Take it All” – Nine
* “The Weary Kind” – Crazy Heart

Melhor Edição de Som

* Avatar
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* Star Trek
* Up – Altas Aventuras

Melhor Mixagem de Som

* Avatar
* Guerra ao Terror
* Bastardos Inglórios
* Star Trek
* Transformers: A Vingança dos Derrotados

Melhores Efeitos Especiais

* Avatar
* Distrito 9
* Star Trek

Melhor Maquiagem

* Il Divo
* Star Trek
* The Young Victoria

Melhor Documentário Longa-Metragem

* Burma Vj
* The Cove
* Food Inc.
* The Most Dangerous Man In America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers
* Which Way Home

Melhor Documentário Curta-Metragem

* Province
* The Last Campaign of Governos Booth Gardner
* The Last Truck: Closing of a GM Plant
* Music by Prudence
* Rabbit à la Berlin

Melhor Animação Curta-Metragem

* French Roast
* Granny O´Grimn´s Sleeping Beauty
* The Lady and the Reaper (La Dama e la Muerte)
* Logorama
* A Matter of Loaf and Death

Melhor Curta-Metragem

* The Door
* Instead of Abracadabra
* Kavi
* Miracle Fish
* The New Tenants

A 82ª edição do Oscar, o maior prêmio do cinema mundial, será realizada em 7 de março, no Teatro Kodak, em Hollywood, com transmissão para mais de 200 países.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

ABRAÇOS PARTIDOS


Espanha, 2009
Direção: Pedro Almodóvar

Sempre fui fã caloroso deste grande cineasta espanhol. Tornei-me fã ao delirar com "Ata-me" e depois fui atrás de toda sua cinematografia, desde "Pepi, Luci, Bom" até este mais recente "Abraços Partidos".

Nunca imaginei que fosse achar um filme seu "fraco", mas é assim, a inspiração muitas vezes simplesmente não vem e mesmo o mais fraco de Almodóvar, ainda está muito acima da média das películas em cartaz.

Mas eu sou assim, nunca vou babar ovo em cima do trabalho de alguém simplesmente por causa de sua biografia indiscutível. Se é ruim ou não tão bom, deve ser dito, independente de quem está sendo criticado. No Brasil, muitas vezes as pessoas nem questionam se o trabalho é bom ou ruim, apenas vangloriam. Aaaa, se é Chico Buarque é muito bom, se é Caetano é maravilhoso e por aí vai, para citar apenas 2 exemplos na seara musical. Mas falemos de Cinema.

Mais uma vez Almodóvar nos presenteia com a belíssima Penélope Cruz, como sempre deslumbrante e talentosa. Ela faz a personagem que muda a vida dos homens do roteiro, tornando-se literalmente obcecados pela musa. Ela é o centro da história.

Grande empresário cai de amores pela secretária (Cruz) e faz tudo o que ela quer. Passam a morar juntos. Passado algum tempo ela encontra-se entediada e quer voltar a atuar, seu sonho de sempre. Conhece então um diretor que sabendo de quem se trata, logo vê a oportunidade segura de produzir o filme. O empresário é tão obcecado por Cruz que resolve bancar todo o filme simplesmente para ficar próximo dela. E o mesmo empresário determina que seu filho gay e bizarro com cabelinho à la Javier Bardem em "Onde Os Fracos Não Tem Vez", faça um documentário sobre as filmagens. Desta maneira ele poderia saber tudo ou quase tudo do que ocorria nos bastidores. E para completar a obsessão, contrata uma especialista em leitura labial para decifrar os diálogos gravados pelo filho.

O filme vai e volta no tempo, encaixando as peças soltas de outrora. Trata-se de uma homenagem ao cinema e suas musas em um bonito exercício de metalinguagem. Talvez tenhamos algo de autobiográfico aí, mas o roteiro não empolga apesar das boas atuações. O filho do empresário também é muito freak e chega a destoar. Bizarrices de Almodóvar, ok. As atuações são ótimas mas não o suficiente para dizer que trata-se de uma grande obra. Realmente, a mais fraca que já vi deste mestre.

Mas com apenas 5 minutos, ele consegue emocionar quem ama esta arte suprema com a fala final do diretor do filme: "Todo filme merece ser terminado, nem que seja às cegas."