sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

BOB DYLAN NO BRASIL


O poeta ta chegando. Quando fiquei sabendo dos valores dos ingressos confesso que dei uma titubeada. Já é a 3° vez que o homem vem para o Brasil e nunca tive a oportunidade de conferir esse meu ídolo pessoalmente.

Mas do mesmo jeito que a titubeada veio ela se foi rapidamente, praticamente em menos de 10 minutos rs. Temos que reconhecer que o homem tá velhinho e fica difícil imaginar outra volta sua por aqui cantando em alta perfomance. Sim, porque o homem ainda está com tudo e seu último disco, "Modern Times" é muito bom, somente de canções inéditas. Junte-se a isso todos os clássicos compostos no decorrer de sua maravilhosa carreira, que até filme já virou, sensacional aliás. "Im Not There" ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Felizmente tive a oportunidade de confêri-lo na última Mostra de Cinema de São Paulo, muito bom.

Tem seu livro, "Crônicas", maravilhoso também. Enfim, o homem é uma lenda e tenho que conferir antes que ele parta. Para não morrer de arrependimento, fui correndo as bilheterias do Via Funchal e fiz o investimento. GARANTI MEU PASSAPORTE DA ALEGRIA! Pense nisso.

Dinheiro a gente ganha de novo. Um ídolo como Dylan, somente de 20 em 20 anos. YES, YES, YES! Faltam 5 dias, corre que ainda dá tempo.

4 MESES, 3 SEMANAS E 2 DIAS



Romênia, 2007
Direção: Cristian Mungiu

O cinema romeno andava adormecido. Em 2006 tive a oportunidade de conferir dois filmes romenos muito simpáticos na Mostra Internacional de São Paulo, até então confesso, uma cinematografia desconhecida para mim.

No ano passado o cinema romeno entrou de vez no circuito internacional com "4 Meses", que foi o grande vencedor da Palma de Ouro em Cannes.

O filme conta a história de uma universitária que realiza um aborto clandestino em condições precárias. Mas quem protagoniza o filme é a amiga da universitária grávida que a auxilia na tarefa indigesta. Ela absorve o peso do drama de sua amiga e de certa forma em dado momento se vê no papel da mesma e briga com o namorado e com o mundo.

O tema por si só já é muito polêmico. Muitos filmes já tocaram na questão do aborto, podemos citar como mais recente exemplo o ótimo "Juno" que escolheu outro caminho para abordar o tema. "4 Meses" no entanto é crú. Sem fantasias, sem roteiro bonitinho e feliz. A verdade como ela é, mas que quase nunca é mostrada.

Aqui, o diretor faz questão de mostrar tudo como acontece na sua Romênia antes da queda do comunismo, diante da repressão total. A grande dúvida era sobre mostrar o feto morto ou não. E Mungiu não titubeia em mostrá-lo, o que eu particularmente, achei muito bom. A verdade muitas vezes dói, a realidade machuca, mas nem por isso deve ser camuflada. Talvez não fosse necessário tanto close e tanta ênfase, mas deveria sim ter sido mostrado.

Cinematograficamente o filme não acrescenta muito. Achei que Mungiu se inspira claramente no cinema francês com seus longos planos e closes. Tudo mostrado nos minímos detalhes. Muitas vezes pode tornar-se entediante, mas no caso de "4 Meses", tornou-se agoniante e pertubador.

A personagem principal é muito chata e sua amiga grávida uma retardada. Na verdade, a melhor interpretação é a do médico clandestino que realiza o aborto, escroto ao cubo. Mas as fracas atuações não chegam a incomodar, passam despercebidas mediante a força criada por Mungiu no desenrolar do roteiro que gira em torno do close do feto que dá o título ao filme.

Confesso que esperava muito mais. Na Mostra de São Paulo do ano passado todas as sessões estavam esgotadas, mas ainda assim é um filme acima da média e vencedor de um dos principais festivais de cinema do mundo. É daqueles filmes para poucos, tipo ame ou odeie, mas ele faz você pensar, não tenha dúvidas.

A imagem daquele feto ainda está muito nítida na minha memória e meus conceitos com relação ao aborto mudaram um pouco. Se foi essa a intenção de Mungiu, parabéns, sua obra fez-se completa. Um filme imperdível pelo modo como tratou assunto tão polêmico, isso não quer dizer que você vá gostar. Difícil? Pois é, sem anestesia então ...




terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

SANGUE NEGRO




EUA, 2007
Direção: Paul Thomas Anderson

Do mesmo diretor de "Magnólia", "Boogie Nights", "Embriagado de Amor" entre outros, podemos dizer que P.T Anderson era uma promissora revelação. Após "Sangue Negro" , podemos afirmar que a promessa virou realidade. Anderson amadureceu e entrou no rol dos diretores clássicos, disto não tenho dúvidas. E tudo isso conquistado antes dos 40. Pois é, o homem tem 37 anos, logo, ainda veremos muitos trabalhos seus, assim espero.

"Sangue Negro" é baseado no romance "Oil" de Upton Sinclair. Anderson revelou que preservou muito pouco da história original, ao contrário por exemplo da adaptação dos irmãos Cohen para "Onde os Fracos não tem Vez" que dizem, foi fidedigna.

"Sangue Negro" conta a vida de Daniel Plainview, pioneiro da indústria petrolífera americana que nunca teve escrupúlos para alcançar o que queria. Ele precisava de uma criança para amaciar os corações das pessoas com que negociava. Adotou. Um outro personagem impôs como condição para a venda de suas terras, que Daniel precisava para construir um óleoduto, que ele fosse a sua igreja. Igreja esta que pertence a Paul Sunday, interpretado pelo ótimo Paul Dano, o irmão problemático da "Pequena Miss Sunshine". Lá foi ele, mesmo demonstrando achar toda aquela história de Deus uma baboseira, mas lá foi ele à Igreja para conseguir o que ambicionava.

Aliás, Paul Sunday revelou-se seu maior adversário no que diz respeito a conquista daquele povo, que ele teve que convencer para construir as torres. Quem vencerá? O poder do dinheiro ou da fé? Daniel passou por cima de tudo e de todos para tornar-se um magnata do petróleo. E o homem trabalhou muito para isso, à sua maneira, mas trabalhou.

O início do filme é estonteante. A trilha sonora, criada pelo guitarrista do Radiohead, é um elemento crucial para o trabalho de Anderson. Há tempos que eu não via uma trilha casar tão perfeitamente ao filme e ter um papel de destaque e fundamental para o decorrer da obra. Simplesmente sensacional. Daniel Day Lewis, bem dispensa comentários. Tenho certeza de que ninguém tira sua estatueta neste ano. O homem realizou um trabalho primoroso. O conflito de seu personagem com o de Paul Dano dá o tom da película. O roteiro é sensacional e sinceramente, não existe furos no filme, pelo menos na minha visão.

Com tantos elementos caminhando harmoniosamente lado a lado, você nem percebe o tempo passar e as 2:40 de filme não incomodam nem um pouco. Ao contrário do nosso barbeiro demoníaco da crítica anterior. Um filme perfeito em todos os aspectos, com atuações deslumbrantes e uma trilha como há tempos não se ouvia, que só não concorrerá ao Oscar, porque algumas das músicas não eram inéditas.

Após conferir os 5 concorrentes deste ano, posso dizer que "Sangue Negro" é o melhor. Fiquei muito feliz com a qualidade dos indicados deste ano. Todos, ótimos filmes. Antes de ver "Sangue Negro", achava que seria difícil alguém superar os irmãos Cohen. Pois é. Agora eu acho que ficou pequeno para os outros concorrentes, porque "Sangue Negro" não é apenas um bom filme, e sim, um filme excepcional! Pintou o vencedor! Uma verdadeira obra-prima em todos os sentidos. M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O!





MELHOR FILME / DIREÇÃO / ATOR / ROTEIRO ADAPTADO / FOTOGRAFIA / EDIÇÃO / DIREÇÃO DE ARTE / EDIÇÃO DE SOM

SWEENEY TODD: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet



EUA/Inglaterra, 2007
Direção: Tim Burton

Primeiramente gostaria de dizer que sou um grande fã da obra de Tim Burton. "Ed Wood", "Edward Mãos de Tesoura", "O Estranho Mundo de Jack" e por aí vai. Também considero Johnny Depp um dos melhores atores de sua geração. A dupla junta já nos rendeu grandes obras do cinema e é sempre uma parceria aguardada, uma vez que Depp é o "Muso" de Burton. A Musa mesmo ele já pegou para si, sua mulher Helena Bonham Carter, sempre ótima também.

Com esta dupla sempre disposta a entrar no mundo de Burton, mais o enorme talento do mesmo, resulta no "ménage a trois" dos mais produtivos do cinema americano.

Inspirado no musical da Broadway, "Sweeney Todd" conta a história de um barbeiro que retorna a sua cidade natal para vingar-se do juiz que lhe colocou na prisão para ter o caminho livre para poder assediar sua esposa. Com o passar do tempo, ele perde totalmente o valor pelo próximo e dá início a matança. Ninguém é inocente e todos merecem sentir sua lâmina afiada. E assim será até que ele consiga acabar com a vida do juiz que o privou de seu futuro e roubou-lhe esposa e filha.

Para ajudar-lhe nesta empreitada, ninguém melhor que a padeira Helena Bonham Carter. Ela aluga a casa que fôra de Todd e assim os dois se conhecem. Seu estabelecimento anda às moscas, literalmente. Ninguém quer saber de sua torta sem carne e é aí que ela tem a grande idéia: Porque desperdiçar tanta carne enterrando os corpos se eles podem dar um ótimo recheio para suas tortas? Bizarro? Simmm, seja bem vindo ao mundo de Tim Burton. A partir daí, a padaria volta a prosperar e faz um enorme sucesso.

Trata-se de um filme com muito sangue e uma leve pitada de humor negro. Aliás, não é um filme né, é um musical. Mesmo estando nas mãos do excelente Burton, por muitos momentos a película é chata e maçante. As músicas são um porre e cá entre nós, este foi o primeiro trabalho de Depp onde ele precisou soltar a voz, que diga-se de passagem, ele não tem ! Como cantor, ele é um maravilhoso ator. O mesmo vale para Carter. Juntando estes elementos, os 116 minutos do musical parecem uma eternidade.

Agora, se formos falar da direção de arte, figurino, maquiagem ... Mudamos o tom. Os filmes de Tim Burton possuem a característica de primarem pela excelência no que diz respeito a estes quesitos. Um trabalho de tirar o chapéu na maioria das vezes e não poderia ser diferente com "Sweeney Todd". Visualmente, maravilhoso.

Como filme musical, deixa a desejar. Mas Tim Burton é Tim Burton né. Quem conhece seu trabalho não vai resistir a tentação de assistir, pois já tem uma idéia do que aguardar. É sempre um deslumbre para os olhos, embora no caso de "Sweeney", não passe disso, pois a história é fraquinha fraquinha.

Se você quer saber como se saiu Johnny Depp soltando a voz em um musical, esta é a oportunidade, porque algo me diz, que musical ... este foi seu primeiro e último rs. Ninguém merece. Aff!




MELHOR ATOR / DIREÇÃO DE ARTE / FIGURINO

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

DESEJO E REPARAÇÃO



Inglaterra, 2007
Direção: Joe Wright

Confesso que não sei porque cargas d´água eu sempre tive a impressão de que este filme era um dos mais fracos concorrentes ( ledo engano) , logo, demorei para ir conferir este belo épico.

O filme me surpreendeu. Durante a segunda guerra, um caso de amor é interrompido graças aos ciúmes de uma criança apaixonada. Todos os elementos para que o filme caísse no piegas estão presentes. Guerra, morte, paixão ... Tinha tudo para ser um dramalhão daqueles, contudo, Joe Wright conduz a película com mão firme e realiza um filme que te prende do início ao fim, apesar dos 130 minutos.

O pivô de todos os acontecimentos decorrentes do filme é Briony. A irmã caçula da personagem de Keira Knightley (linda como sempre). A maldade do ser humano é a questão em jogo e o filme remete muito ao clássico de Dostóivesk "Crime e Castigo". Ao menos para mim, isto ficou evidente. Por toda a vida, Briony carregou o peso de seu ato imaturo quando criança e nunca conseguiu conviver em paz com isso.

A montagem atemporal torna-se elemento essencial. O filme vai e vem, e explica tudo que ficara mal entendido de início. A guerra por sua vez, apresenta-se como um elemento coadjuvante. O "plot" do filme está no sentimento de tortura e culpa que Briony carrega.

O filme é tenso. A adaptação do roteiro é excelente! Aliás, este roteiro está impecável. A reviravolta que ocorre nos últimos 10 minutos é sensacional, quando Briony, já velha, confessa seus pecados e entrega ao espectador a grande surpresa da trama. A fotografia é linda e a direção muito segura. Direção de arte e figurinos magistrais.Temos a musa Keira e o filme ainda conta com um dos planos sequências (quando não há cortes) mais lindos que vi recentemente.

Antes de conferir este filme, eu achava que ninguém bateria a mais recente obra dos irmão Coen, mas agora estou em dúvidas. Apesar de preferir "Onde os Fracos não Tem Vez", eu achei que "Desejo e Reparação" é a cara da Academia.

Enfim, trata-se de um belo filme. Cinemão dos melhores.




MELHOR FILME / ATRIZ COADJUVANTE / ROTEIRO ADAPTADO / FOTOGRAFIA / DIREÇÃO DE ARTE / FIGURINO / TRILHA SONORA

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

JUNO



EUA, 2007
Direção: Jason Reitman

Pintou o azarão do ano. Do mesmo diretor de "Obrigado por Fumar", "Juno" segue o caminho do excelente "Pequena Miss Sunshine".

O filme chegou despretensioso e de repente tornou-se fenômeno na terra do Tio Sam. O excelente roteiro foi escrito pela marinheira de primeira viagem "Diablo Cody". Claro que trata-se de um nome artístico. A grosso modo, podemos dizer que Diablo Cody é a Bruna Surfistinha americana, uma vez que uma de suas antigas atividades profissionais era o de stripper.

"Juno" conta a história de uma adolescente que engravida por acidente e resolve doar seu rebento. Você vai dizer: Já vi esse filme. Pois você está enganado. Diablo Cody conta sua história de uma maneira totalmente original e o que poderia ser um dramalhão, vira uma ótima comédia com o teor de dramaticidade necessário, porém discreto.

Mas o melhor do filme com certeza está na interpretação de Ellen Page que faz o papel da protagonista. Uma adolescente diferente que ama Stooges, não se importa com a opinião dos colegas de mesma idade e enfrenta esta situação surpreendentemente muito bem.

Merecidamente, recebeu a indicação ao Oscar de melhor atriz.

Juno resolve procurar os pais de sua criança e encontra um casal que parece ser perfeito. Jovens, bem sucedidos e loucos para ter um filho. É aí que o tom do filme começa a mudar um pouco quando o homem do casal percebe que aquele não era necessariamente o seu sonho e que na realidade ele está vivendo os sonhos de sua mulher. Sua vida encontra-se encaixotada e quando o cerco aperta, ele não suporta a pressão. Juno então, ainda que indiretamente, torna-se elemento crucial na mudança de vida do jovem casal, ainda que as coisas não saiam como planejadas.

Os atores coadjuvantes estão ótimos e completam o personagem de Ellen. Seu pai, a madrasta, a melhor amiga e claro, o pai da criança. Desde o início Juno sabia que doar a criança era o melhor a ser feito, nunca teve dúvidas de que não estava preparada e sempre fez tudo conscientemente, apoiada pelo pai da criança, que embora pareça um nerd, possue atitudes muito mais maduras que muito adulto por aí. Talvez ai esteja a atração de Juno. Ele a ama por ela ser o que é. Eles são diferentes mas Bleeker, a criança pai, idolatra Juno, quando a maioria, prefere afastar-se dela. Na realidade, pensando bem, Bleeker contrasta bem com o personagem do pai adotivo que desistiu de ser pai rs. Juno ainda tem muito tempo pela frente e muito a fazer.

O filme é ótimo e divertido, com uma atriz maravilhosa e uma direção segura, mas o melhor do filme com certeza é o roteiro originalíssimo de Diablo Cody. Aaaa já ia me esquecendo. Em um filme onde a banda favorita da personagem principal é o Stooges, a trilha sonora não poderia ser pouca coisa. Ótima trilha com muito rock alternativo das décadas de 80 e 90. Sonic Youth e até Bowie são lembrados, ou seja, um deleite para os amantes do rock n´ roll. Aliás, a trilha sonora de Juno atingiu o topo da Billboard recentemente.

Pois é caros amigos, ainda existe salvação para a cultura musical de nossos jovens. Em tempos de Emo, é um alívio receber esta notícia. Espero que meus filhos tenham o mesmo gosto musical e cultural da inesquecível e adorável Juno. Essa sim, uma mulher de fibra!





- MELHOR FILME / DIRETOR / ATRIZ / ROTEIRO ORIGINAL

ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ



EUA, 2007
Direção: Ethan e Joel Coen

Entremos novamente no universo dos irmãos Coen. Um universo muito peculiar. Assim como em "Fargo", a grande obra dos Coen, "Onde os Fracos não tem vez" se passa em um cenário inóspito e aparentemente tranquilo, o deserto. O cenário desértico nos remete a brancura de "Fargo", realizado em algum lugar gélido onde só se vê neve. E é no meio dessa aparente tranquilidade que a trama toma corpo e desenvolve-se.

"Onde os Fracos não tem vez" conta a história de um matador psicopata contratado para reaver o dinheiro de uma transação que não deu certo. Este psicopata por sua vez, é interpretado maravilhosamente pelo ótimo Javier Bardem. Um psicopata com cabelo chapinha e que utiliza armas pouco convencionais para realizar seus crimes. Um personagem cheio de mistério e curioso que encaixou-se como uma luva no universo dos irmãos Coen. O prórpio Bardem confessou que levou algumas semanas para recuperar-se do personagem e que chegou a ficar deprimido.

Mas Bardem não esta sozinho nessa caçada. Junte ao seu personagem o caipirão caçador também muito bem interpretado por Josh Brolin e o xerifão prestes a se aposentar Tommy Lee Jones que dispensa comentários. O filme ainda conta com a participação especialíssima de Woody Harrelson. Como você pode ver, o elenco foi escolhido a dedo, mas o maior acerto de todos com certeza foi Bardem, merecidamente indicado ao prêmio Oscar de melhor ator coadjuvante, e na minha modesta opinião, nenhum dos outros indicados lhe roubará esta estatueta.

O filme é tenso, misterioso e pode até parecer confuso em alguns momentos, mas não se aflija, é só colocar a caichola pra pensar que tudo sairá bem. A adaptação do roteiro que foi inspirado no romance "Onde os Velhos Não Tem Vez" de Cormac McCarthy é simplesmente divina. A direção ... bem, o filme recebeu 8 indicações, então por aí você já deve imaginar o trabalho dos irmãos. Os atores estão soberbos e as categorias técnicas como fotografia, som e direção de arte são impecáveis.

Mas e o final hein? Pois é, muita gente vem reclamando e chiando ao final do filme. Com certeza estas pessoas não conhecem o trabalho dos Irmãos Coen. Seus filmes não são entregues mastigados para o espectador. Você tem que ir montando e pescando os detalhes e sutilezas do filme e o final, não poderia ter sido melhor, vai por mim. Muito melhor do que sair da sala escura e no dia seguinte esquecer o filme, é você sair da sala escura e desvendar o mistério ou a metáfora durante a semana, porque um filme dos irmãos Coen não é pra ser esquecido e sim para ser matutado, compreendido, estudado e louvado.

Novatos na obra dos diretores não se preocupem porque mesmo que difíceis, os filmes dos irmãos Coen tem coerência, passam longe do surrealismo absurdo da obra de David Linch por exemplo. E eu adoro Linch rss. Pois é caros leitores, eu acho que pintou o grande vencedor do Oscar de 2008. No meu bolão, com certeza apostaria em "Onde os Fracos Não Tem Vez" como melhor filme. Uma obra-prima.





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