quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Conduta de Risco



EUA, 2007
Direção: Tony Gilroy


George Clooney escolhe seus trabalhos a dedo. Privilégio para poucos no universo do showbizz. Você vai me dizer que não é bem verdade, afinal, como justificar a trilogia blockbuster de "Onze Homens"? Bem queridão, todos temos que pagar as contas não é mesmo e "Onze Homens", mesmo sendo descartável, ainda está muito acima da média da maioria dos filmes do gênero, lembrando sempre que estamos falando de Hollywood.

Pois bem, mais uma vez Clooney acerta em cheio ao aceitar ser o protagonista de "Conduta de Risco". Clooney interpreta Michael Clayton, que é o verdadeiro nome do filme em sua língua mãe.

Jogador compulsivo, ele encontra-se na crise da meia idade com dívidas até o pescoço. Trabalha para um grande grupo que reúne os melhores advogados da América e sua função é a de "faxineiro". Não aquele faxineiro tradicional, mas aquele que limpa a sujeira gerada pelos clientes milionários e poderosos de sua companhia.

Um de seus parceiros descobre que um desses clientes provocou estragos que passaram despercebidos pela sociedade. Este cliente é uma empresa de herbicidas muito poderosa e em hipótese alguma o dossiê top secret que revela os males de tais substâncias e o que ela já provocou, pode vir à tona. O problema, é que o dossiê já foi descoberto pelo parceiro de Clooney, e este, literalmente pira após descobrir que defendia esta empresa assassina. Começa então o jogo de gato e rato. Clooney tenta saber o que de tão importante seu camarada descobrira.

Michael Clayton ainda sofre com o stress causado por suas dívidas e cobrança dos credores. Enquanto isso, a poderosa empresa produtora do herbicida assassino vai eliminando quem pretende lhe ameaçar e numa dessas, Clayton descobre tudo ao escapar de um atentado. Irá ele usar o dossiê para pedir dinheiro e saldar suas divídas? Só te digo uma coisa caro leitor, o final é de tirar o fôlego.

É criado um ambiente de angústia e ansiedade que vai crescendo gradativamente até chegar ao ápice. Gilroy mandou muito bem, na parte final principalmente.

Um roteiro enxuto e consistente. Muito inteligente e ágil. George Clooney arrasa no papel de Michael Clayton e os coadjuvantes também estão muito bem. Uma super direção de Gilroy, segura e precisa. Nada de mirabolias fotográficas ou efeitos especiais. O filme é direto e seco, ou seja, ótimo. Com certeza, merecedor da indicação a melhor filme pela Academia.

Na minha opinião, George já deveria ter tido melhor sorte quando injustamente o maravilhoso "Boa Noite, Boa Sorte" não levou a estatueta. Naquela oportunidade, além de atuar, ele mostrou um talento incrível para dirigir. Desta vez ele nos concede apenas seu talento interpretativo e mais uma vez se saí muito. Ainda não conferi os outros candidatos, mas com certeza " Conduta de Risco " merece estar entre os cinco. Muito bom!

INDICAÇÕES:

- MELHOR FILME/ DIREÇÃO / ATOR / ATOR COADJUVANTE / ATRIZ COADJUVANTE / TRILHA SONORA ORIGINAL / ROTEIRO ORIGINAL





quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Meu Nome não é Johnny



Brasil, 2008
Direção: Mauro Lima


Mais um grande trabalho de Selton Mello. Ninguém melhor que ele para reviver João Estrella na telona. O filme ainda conta com participações especiais de atores que andavam meio sumidos, como André de Biase quase irreconhecível e a velhinha fofinha que vende "ambrosia" hehehe.

"MEU NOME NÃO É JOHNNY" conta a história real do traficante playboy e camarada que fez fama na high society carioca nos anos 80. Inconsequente, João Estrella só queria saber de diversão e viver no limite. Entrou nessa de maneira ingênua, para sustentar o próprio vício e o negócio foi crescendo. Sem nunca ter pisado no morro para pegar a mercadoria que vendia, tornou-se o traficante mais popular entre a playboyzada carioca e assim fez sua fama. Sua intenção nunca foi acumular dinheiro e tornar-se um chefão do cartel. Pelo contrário, ele sempre vivia na pindaíba pois sempre torrava tudo o que ganhava. Como ele diz em uma das passagens do filme: "Meu objetivo é cheirar 1 milhão de dólares" .

Inconsequente, ele nunca pensou que a brincadeira poderia acabar mal. O filme é dividido em 3 partes. A primeira conta como tudo começou na adolescência e seu relacionamento com a família. A bonança e popularidade conquistada, tudo isso em tom de farra e comédia. Na segunda parte, ocorre sua prisão e o filme sofre uma reviravolta para o drama e continuando na mesma seara, a terceira parte retrata seus anos no manicômio para o qual foi transferido, uma vez que a juíza de seu caso, Cássia Kiss, que está muito bem, decide que ele ainda pode ser recuperado, uma vez que foi constatado que João nunca teve a intenção de ser um Pablo Escobar.

Uma mistura de "Bicho de 7 Cabeças" com "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite", mais a ótima performance de Selton, garantem ao filme de Mauro Lima o sucesso que vem obtendo com a bilheteria que já atinguiu quase 1 milhão de pessoas. "Meu Nome Não é Johnny" chega forte para ser o primeiro grande hit do cinema nacional de 2008 e tudo isso sem muita divulgação. Mais uma prova de que o boca a boca é muito eficiente.

O filme ainda conta com uma ótima trilha sonora embalada pelo rock nacional dos anos 80. Uma
direção de arte precisa da época e uma mão firme do diretor Mauro Lima. Não chega a ser excepcional, mas é um filme acima da média. Longa vida ao talento de Selton e preparem-se pois ele já esta atacando de diretor e parece que daí vai sair coisa boa.






quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Darth Vader X Japanese Police

Caros leitore(a)s, dou início agora a mais uma novidade do Blog. Além das pílulas visuais que venho postando de acordo com o evento, agora estarei postando vídeos. O critério? Ter relação com o universo do cinema e ser muito bom. E nada melhor do que começar dando muita risada com esses meus amigos da colônia dando uma surra no Darth Vader. Prepare o maxilar e gaste o dedo para dar o play várias vezes. Muito bom!


Darth Vader Vs. Japanese Police - Watch the best video clips here

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

A Espiã



Alemanha/Holanda/Bélgica, 2006
Direção: Paul Verhoeven

Poxa vida, li coisas tão boas a respeito deste filme que mesmo sabendo que o diretor era o mesmo do Robocop resolvi encarar. As pessoas mudam né e Robocop já foi a tanto tempo rs. Depois fiquei sabendo que ele dirigiu também "O Vingador do Futuro" e "Instinto Selvagem".

Verdade, se eu fosse pela cinematografia do rapaz, nunca teria comprado o ingresso para seu mais recente filme "A Espiã", mas como acredito na regeneração do ser humano, arrisquei.
E me dei mal rsss. Mais um filme bélico? Simmm. Da época do Hitler? Exatamente. Mas pensei que este assunto já estava esgotado. Pois é, sempre haverá um outro ponto de vista, um outro ângulo da história e pode ter certeza de que o assunto nunca se dará por encerrado.

Judia perde toda a família em uma emboscada dos nazis para roubarem a fortuna de judeus ricos. Sozinha e desacreditada, ela topa realizar serviços para a força de resistência judaica que vai pra cima respondendo a altura. Daí, o nome do filme. Ela se infiltra no cotidiano do alto escalão nazista e envolve-se com um poderoso. O mesmo ator do maravilhoso "A Vida dos Outros". A partir daí o filme é uma enrolação só.

Com uma direção ruim e um roteiro mirabolante, "A Espiã" é uma fábrica de clichês distribuídos em longas duas horas e meia. O tema é pesado, o filme é pesado. A única coisa que se salva na minha opinião é o belo trabalho da excelente protagonista Carice Van Houten, mas não chega a ser o suficiente para gostar do filme. A direção é muito fraquinha e em alguns momentos, o dramalhão beira o pastelão devido algumas interpretações. O desfecho em que o verdadeiro traidor da pátria é descoberto, também poderia ter passado em branco. Teria sido melhor. E o poderoso malvadão nazista com que a protagonista se envolve, mantém a mesma expressão durante todo o filme, não que ele seja um ator ruim, pelo contrário, já vi outros trabalhos onde ele está excelente, mas aí esta a mão do diretor, ou a falta dela rss.

Realmente não entendi a babação em cima deste filme. Será que a distribuidora anda fazendo negócio com os críticos? Vai saber. Tem gosto pra tudo, mas este filme é bem fraquinho, pra não dizer chato. Ok ok , a primeira meia hora se salva, mas só de pensar que depois ainda faltarão mais duas ... Rss.




A Lenda de Beowulf


EUA, 2007
Direção: Robert Zemeckis

Sinceramente, Beowulf nunca me atraiu. Se não fosse por uma vontade incrível de relembrar minha infância e adolêscencia por conta de um recurso muito legal, acredito que talvez, talvez no DVD eu visse o filme. Eu não poderia perder esta chance de ver um filme 3D na salona maravilhosa do Cinemark do Eldorado. Digam o que quiser contra o Cinemark, também não gosto da política deles e sempre evito, mas as salas do Eldorado e do Iguatemi são sensacionais e nem fico com tanta dor no bolso de ter que pagar inteira. Minto, na verdade, Beowulf tem outro grande atrativo, principalmente para a ala masculina, o super demônio, Angelina Jolie, a própria encarnação da tentação e do pecado. O protagonista de Beowulf também é saradão, podem ir mulheres que vocês irão gostar. Só não direi que aquela barriga a la Esparta é de mentira para vocês não ficarem tristes rs.

Mais uma vez Zemeckis brinca com a tecnologia. Diretor do natalino "Expresso Polar", Zemeckis filma os atores com sensores que captam seus movimentos para depois realizar a animação. O resultado é fabuloso e as imagens sensacionais. Apesar de ser um filme fantástico onde guerreiros lutam contra terríveis monstros, Beowulf segura a onda e não chega a se comprometer cinematograficamente por causa de seu genêro. Primeiro porque é um filme adulto e sensual. Já foi-se o tempo que animações de guerreiros contra monstros eram coisa de criança e não se deixe enganar pelo fator 3D achando que isso é infantil.

Aviso de amigo, se você fica constrangido com cenas de nudez ao lado de seu filho pequeno, evite este filme ou vá sem a criança. A presença de Angelina Jolie no papel de demônio da tentação já demonstra isso. Aliás, eu protesto. Um demônio daqueles deveria aparecer muito mais rs. Angelina aparece somente já no meio do filme e depois reaparece mais umas 2, 3 vezes no máximo, muito rapidamente. Mas vamos ao que interessa.

Beowulf conta a história de um guerreiro até então invencível que chega para destruir um monstro que atordoa um reinado e acabar de vez com a maldição demoníaca assolada sobre eles. Ele consegue matar o "monstrinho", mas logo descobre que o grande perigo é a mãe do monstrinho. Vai então até a caverna da mãe para destruí-la e acabar com a maldição de uma vez por todas. Quando dá de cara com o demônio, ele não resiste. Entra em um acordo com o diabão e resolve utilizar a outra espada hahaha.

O filme deteriora um pouco nossa imagem ao afirmar que nem o mais poderoso dos homens resiste a tentação de uma deusa, diabo, sejá lá o que for, é a Angelina rsss. Pois é, somos fracos.

Beowulf retorna ao reino dizendo que liquidara com o demônio e que este não mais atormentaria. Como recompensa, ele assume o reino. Agora, a mesma maldição que caíra sob o antigo rei intepretado pelo fanfarrão Anthony Hopkins, volta-se contra Beowulf. O monstro retornará e mais uma vez ... Vou parar por aqui senão vou contar tudo.

O roteiro não é um primor, mas satisfaz os amantes do gênero, segura a onda. A direção é segura e firme. As imagens lindas. Tem o fortão Beowulf e a deusa Angelina, quer dizer, demônio. Mas a cereja no bolo é mesmo o 3D. Um programa divertido, diferente, porque são raros os filmes que aportam por aqui com essa tecnologia e um colírio para os olhos. Diversão garantida, mas tem que ser em 3D.