quinta-feira, 18 de maio de 2006

Caché




França/Áustria/Alemanha/Itália, 2005
Direção: Michael Haneke

Caché foi uma das sessões mais concorridas da última Mostra de Cinema de São Paulo. Todos ávidos para conferir o vencedor de melhor direção de Cannes.

Do mesmo diretor de " A Professora de Piano" e " Funny Games", este último um dos filmes mais pertubadores que já assisti.
De primeiro momento confesso que não consegui pegar o filme e achei que era muito para um ser humano "normal", história louca sem fim. Mas Caché é daqueles filmes que ficam martelando na sua cabeça, você fica se perguntando o que afinal de contas o diretor quis dizer. E quando descobri, passei a gostar muito do filme. Saber que o que foi feito ali, foi proposital, para pertubar e descobrir que o filme é inconclusivo por natureza. COMO ASSIM?!!!
Caché conta a história de um bem sucedido apresentador de tv sobre literatura. Começam a chegar em sua casa fitas de vídeo com imagens de sua casa e coisas que remetem ao seu passado.

Começa a tensão entre marido e mulher. Esta interpretada pela ótima Juliette Binoche, que cresce muito no decorrer do filme. Ele sempre esconde, finge não saber e mente para a mulher.

Haneke pretende mostrar aí até onde vai a confiança entre homem e mulher. Como lidam com o problema. O filme cresce muito do meio para o fim, que não existe. E o banho de água fria no final é uma sacanagem tremenda do diretor, mas necessária para focar somente no que realmente interessa na história.

Pouco antes do final parece que vai haver uma conclusão, ele te prepara para isso e tira de você. Tudo feito para incomodar, e é claro que ele consegue.
A questão da confiança ou falta dela e como o passado pode interferir na sua vida se não estiver bem resolvido.

Basicamente, é isso. Sútil, estranho e revoltante, mas é bom. Caché, ame ou odeie. Assista se tiver coragem.




quinta-feira, 4 de maio de 2006

O Plano Perfeito

EUA, 2006
Direção: Spike Lee


Ouvi até dizer que era o primeiro grande filme do ano. Bem, dirigido por Spike Lee, tudo leva a crer que a afirmação possa ser verdadeira, então fui confirmar, como bom curioso e apreciador da obra de Spike, que está acima da média de muitos diretores. Fui , vi e comprovei. Bom filme, mas não era para tanto.

Como o próprio título do filme já enfatiza, o nome em português digamos de passagem, o original é " Inside Man", Plano Perfeito conta a história de um assalto à banco.

O tipo de filme onde o bandido faz o mocinho de idiota e você até torce pelo bandido, muito bem interpretado por Clive Owen que é especialista no papel de "caveman". O mocinho por sua vez ludibriado é representado por Denzel Washington no papel de sempre, o policial boa pinta, malandro, metido e sárcastico. Gosto dele, mas esses seus papéis parecem todos iguais, parece que ele está sempre representando o mesmo personagem. Ainda temos a tímida participação de Jodie Foster e Willem Dafoe.

Certo, bom elenco, ótimo diretor e filme legalzinho. Como se diz na língua deles: OK. O grande trunfo do filme seria a conclusão da trama, mas a expectativa gerada é tão grande que torna-se sem graça. Eu esperava algo absurdo, uma reviravolta do além, porém a tão famigerada idéia do plano perfeito mostra-se algo que desaponta ao final.

Filmes de planos perfeitos em assaltos mirabolantes já são coisa comum, e se o roteiro não for bem tramado, caímos no óbvio. O filme não me surpreendeu e acho que foge um pouco à característica do cinema de Spike.

Boa diversão, mas longe de ser um grande filme. Vale pelos protagonistas fazendo muito bem seus papéis de sempre. É legal também ver a relação entre bandido e polícia, neste caso, quase um caso de amor, não me surpreenderia se os dois estivessem tomando uma cerveja após todo o alvoroço. Bom programa, mas vá com a intenção de se divertir antes de analisar.