segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

O Segredo de Brokeback Mountain

EUA, 2005
Direção: Ang Lee

Com certeza você já ouviu falar do tão comentado e polêmico Western Gay. Pois é, Ang Lee conseguiu chamar a atenção e o fez muito bem. O filme é um sucesso mundial, embora trate de um tema ainda considerado tabu para muitos: o homossexualismo, ainda mais entre cowboys rs, não que isso seja uma novidade, se lembrarmos dos antigos faroestes que passavam na Record, lembram? e tantos outros, sempre haviam os parceiros e aquele índio nunca me enganou.

Brokeback conta a história de dois pastores modernos que são escalados para tomarem conta de ovelhas na já famosa montanha. A locação é de tirar o fôlego, junte isso a fotografia e trilha lindas e taí o cenário perfeito para o desabrochar do amor. Neste caso entre dois homens. Um deles na verdade, o personagem de Jake Gyllenhaal, ja tem características homossexuais, ele quem toma a iniciativa, porém o outro, pensava ser totalmente hetero. Pensava .... O trabalho acaba e cada um vai para seu canto. Casam, tem filhos e se encontram 4 anos depois. Esta segunda parte do filme é muito boa, pois você não espera certas reações dos personagens e o desenrolar da história também não é muito óbvio. Então o amor não tem barreiras? Acredito que não e este filme tenta passar esta mensagem. Polêmico ou não, ele dá seu recado.

Agora, confesso que esperava mais. O excesso de informação e a badalação em torno do filme criou uma expectativa perigosa. Realmente, trata-se de um belo filme, a parte técnica esta impecável, os atores também e a direção muito boa, mas falta algo ao roteiro, falta aquele toque, você sai um pouco decepcionado, pois esperava o filme perfeito ou quase. Mas vale o ingresso com certeza. Merece todo o sucesso que esta tendo, principalmente por ajudar a minimizar este tabu que não tem mais espaço nos dias de hoje, quero dizer, preconceito de nenhuma forma é bem vindo.

Ouça sua namorada, ela quer ver este filme. Mostre para ela que você é um ser evoluído por não ser homofóbico e tire suas próprias conclusões. Nem que seja pra falar mal depois.

Filme, Direção , Ator (Heath Ledger), Ator Coadjuvante (Jake Gyllenhaal), Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Fotografia e Trilha Sonora.









postado em 13/02/2006 no O Crítico Sou Eu.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Munich


EUA, 2005
Direção: Steven Spielberg


Bem, vamos lá. Após realizar um péssimo trabalho, digno do Framboesa De Ouro, com " A Guerra dos Mundos ", Spielberg retorna agora com o único blockbusters dos concorrentes à melhor filme neste Oscar 2006. Se isso é bom? Péssimo! Novamente Spielberg nos dá uma prova de que perdeu a mão já faz um tempo, arrisco a dizer que desde "A Lista De Shindler", ele não faz algo bom. Munique não é diferente. É o filme que é a cara da academia e não ficarei surpreso se vencer, não que mereça, mas porque reúne todos os elementos que agrada à conservadora Academia.

Munique conta a triste história do que aconteceu após o atentado à equipe israelense nas Olimpíadas de 1972, onde todos os atletas e terroristas morreram em uma ação desastrosa da polícia alemã. O que se segue ao atentado é a convocação de um policial do serviço secreto israelense para liderar um grupo de extermínio contra palestinos que, SUPOSTAMENTE, estariam envolvidos no episódio. Fiquei surpreso ao descobrir que o filme tratava do que veio depois e não do episódio em si, o que eu acho que seria muito mais interessante, apesar da crueldade da acontecido.

A história que se segue, não é nada interessante. Trata-se de um jogo de caça entre polícia e ladrão. Onde no meio disto tudo, o líder do grupo da polícia, claro fica paróico, tem problemas com a família, a filha que acabou de nascer, um prato cheio para os jurados deste prêmio antiquado que é o Oscar. E para piorar, o filme é longo, muito longo, daqueles que dá vontade de fazer xixi no meio. Foi o que aconteceu comigo, afinal são 2:44 de filme. Haja paciência. Se fosse bom, não haveria problema, mas ele começa a encher linguiça com as crises de Avner, o policial exterminador. Chato, um filme chato.

Se você ficou curioso pelo episódio, recomendo um documentário sobre o mesmo assunto que é 100 vezes melhor que o filme, "Um Dia em Setembro" conta tudo o que realmente interessa e não esta baboseira do que veio depois, talvez o livro seja mais interessante, mas a película deixa muito a desejar. É Spielberg, talvez fosse melhor você esperar a estatueta de conjunto da obra, pois do jeito que vai, o negócio tá feio. Prefiro lembrar de você como o diretor de Tubarão, E.T e Indiana Jones. Já deu queridão.

Filme, Direção, Roteiro Adaptado, Edição e Trilha Sonora






postado em 06/02/2006 no O Crítico Sou Eu.

Boa Noite e Boa Sorte



EUA, 2005
Direção: George Clooney

Ufa!!!! Que filme amigos. George Clooney surpreende mais uma vez, e não é que o homem promete!!!! Já havia nos dado uma amostra de seu potencial com "Confissões de Uma Mente Perigosa", que passou despercebido por aqui. Agora George estava inspirado neste último trabalho, inspiradíssimo aliás.
Baseado em uma história verídica, Boa noite relembra o conflito entre o senador McCarthy, responsável pela perseguição aos comunistas na década de 50 nos EUA, e a equipe de televisão liderada pelo âncora Edward Murrow do programa que dá nome ao filme, da rede NBC.
Filmado em preto e branco, decisão certeira do diretor, pois transmite a sisudez e a credibilidade que o assunto pede, Boa Noite é um filme extremamente bem dirigido. Talvez George tenha somente se esquecido um pouco dos atores coadjuvantes, mas isso passa despercebido, ao menos para mim. O roteiro é maravilhoso, a atuação de David Strathairn, o Edward Murrow, esta soberba, a fotografia então.... Realmente, um FILMAÇO!!!!
A luta pela liberdade de imprensa, o tom desafiador que o jornalismo verdadeiro deve desempenhar, o apogeu e a queda. Claro, neste meio também só sobrevivem os mais fortes, mas você pode dormir tranquilo sabendo que fez o que pode.

Obrigatório, principalmente para as pessoas do meio televisivo e jornalístico, para saber como era o jornalismo da década de 50, e para quem não é do meio e simplesmente ama a sétima arte, pode ir sem medo, garanto que você saíra pleno. Digo isso de boca cheia. MUITO BOM!

Filme, Direção, Ator, Roteiro Original, Fotografia e Direção de Arte






postado em 06/02/2006 no O Crítico Sou Eu.

sábado, 4 de fevereiro de 2006

Free Zone



Israel/Bélgica/França/Espanha, 2005
Direção: Amos Gitai

Como todos os outros filmes do israelense Amos Gitai, "Free Zone" trata da relação Israel/Palestina. Desta vez com 3 atrizes fabulosas.

Natalie Portman, que nasceu em Israel, procurou Gitai para protagonizar este filme. Ele conta a história de 3 mulheres que se encontram por motivos que só a alma feminina pode explicar. O amor e caridade acima de qualquer indiferença religiosa. Uma americana, uma israelense e uma palestina.
Se você sobreviver aos 10 minutos iniciais, o restante fica fácil. No início, um grande plano sequência mostra Natalie chorando, mas chorando muito. E como ela chora! Coitada da princesa Léa.

Ela está no táxi de Hanna. Hanna pergunta seu destino e Natalie responde: - Me leve com você. Natalie encontra-se deprimida pois acabara de romper com o namorado. Após muito insistir, consegue convencer Hanna que a leve para O Free Zone, uma feira de automóveis usados na divisa da Jordânia com Israel e Palestina. Hanna tem que ir até lá para receber um dinheiro que lhe devem. A partir daí entra a terceira mulher, a palestina. Tratam-se com indiferença e a americana sempre vendo tudo de fora.
Trata-se de um road movie, que mostra que antes de qualquer coisa, somo humanos e nosso instinto básico, independente de qualquer coisa, é ajudar o próximo.

As 3 partem no táxi, parecendo não haver diferenças tão cruciais entre elas, até que a briga em torno do dinheiro volta a ser o ápice do encontro. Quando a discussão esquenta, entre a israelita e a palestina, a americana sai do carro e começa a correr. Sim , o filme esta cheio de metáforas.

Neste caso podemos dizer que talvez os EUA prefiram se abster desta briga, mas sempre pendendo para o lado de Israel.
É um filme diferente, como todos de Gitai. Lento, porém sua cabeça acelera. É bom sair do cinema tentando decifrar o que o filme quis mostrar, muitas vezes melhor do que aquele que nos traz tudo mastigado. Vale também pela maravilhosa Natalie Portman e pelo impressionante trabalho de Hanna Laszlo que ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes. Um filme para poucos. Acredite.






postado em 04/02/2006 no O Crítico Sou Eu.

O Jardineiro Fiel



Germany/UK, 2005
Direção: Fernando Meirelles

Primeira incursão de Meirelles no Cinema Internacional, ou mais precisamente, no cinema independente americano com a Focus que vem crescendo muito com os chamados filmes de médio orçamento, que aliás, dominam as indicações para Oscar de melhor filme este ano.Tirando o blockbuster Munique, todos os outros 4 filmes são de médio orçamento. Que beleza!!!
Baseado na obra de Jonh Le Carré, " O Jardineiro Fiel " conta a verdadeira história por trás da indústria farmacêutica.

Grande Laboratório distribue gratuitamente uma nova medicação para a população carente da África. Remédio este que apesar de não ter finalizado as pesquisas, o distribue para os miseráveis que servem de cobaias.

A personagem de Rachel Weisz, uma repórter muito engajada, em viagem a África com o marido diplomata (Ralph Fiennes) começa a desconfiar de certas mortes e vai investigar, e não poupa esforços para isso, ao menos, utilizando-se das palavras. Descobre que o tal remédio estava sendo utilizado nos africanos sem ter finalizado suas pesquisas, o que provocaram muitas mortes. Para seu azar, milhões de dólares estavam em jogo e assim que a máfia da indústria farmacêutica se dá conta de sua insistência em descobrir o que acontece, tratam de eliminá-la. Começa a caçada de Fiennes para terminar o que sua mulher começara.
Trata-se de um belo filme. A direção esta impecável e a fotografia maravilhosa, lembrando em muitos momentos a fotografia de Cidade de Deus. A montagem também lembra muito "Cidade". O livro é muito forte e o roteiro adaptado ficou sensacional. Realmente, sou somente elogios ao trabalho que Meirelles vem realizando, colocando seu nome entre os grandes cineastas brasileiros e agora internacionais também.

É, o homem está com tudo e merece muito tudo isso. Infelizmente não foi indicado ao Oscar de direção, embora pudesse tranquilamente estar figurando entre os indicados, mas mesmo assim, vamos torcer para o Jardineiro na cerimônia, pois ele concorre em 4 categorias. DÁ-LHE FERNADINHO!!!!

Atriz Coadjuvante / Roteiro Adaptado / Montagem / Trilha Sonora







postado em 04/02/2006 no O Crítco Sou Eu.